Nada mais prudente do que recorrer a etimologia para melhor entender o vero significado de alguns termos. E lá vamos nós: eu sou considerado um tirano! Minto; somos próximos a 218 milhões de tiranos neste imenso Brasil, segundo a Excelentíssima Senhora Ministra do Supremo Tribunal Federal, Carmen Lúcia.
Mas o que seria, de fato, um tirano?
Originalmente, o termo não carregava conotação negativa e referia-se a
governante ou monarca ilegítimo, ou seja, alguém alheio à oligarquia vigente,
alguém humilde, um militar, talvez, que tomava o poder através de golpes. O termo
evoluiu do grego para o latim e assimilou a característica de alguém que exerce
o poder de forma arbitrária e opressiva. A conotação negativa do termo (algo
bem atual) está associada a governos cruéis, despóticos, autoritários. Creio serem
desnecessários os exemplos.
E a perguntas que não querem calar:
onde nos encaixamos neste conceito? Seria porque não nos permitirmos silenciar
a respeito de um governo que se revela cada vez mais autoritário, enganoso,
hipócrita, desleal, cleptocrata? Seria porque alertamos, através das mídias
sociais, nossos compatriotas acerca dos desmandos de um executivo inepto e antiquado?
Seria porque desempenhamos informalmente as funções de uma imprensa totalmente
vendida aos interesses de poucos? Ou, quem sabe, Sua Excelência tenha querido
referir-se a outras pessoas? Na verdade, a si mesma e a seus pares.
Peço-vos vênia no recordar a expressão
popular “O bom julgador por si julga todos!”