E cá estou eu a falar de ... tolerância, isto é, o aceitar do que não se quer ou do que não se pode impedir. Mas a pergunta a ser feita: qual é, ou quais são o(s) limite(s) da tolerância? O atraso permitido era, a princípio, de três minutos; hoje já se aceitam dez, quinze... Certo governador decreta situação de emergência num sem número de municípios, situação esta que terá seis meses de duração e que dispensará licitação para adquirir produtos e serviços. Então volto a lhes perguntar: o que limita a tolerância?
Falemos, portanto, da intolerância.
Não, não vou me ater ao fato de descartar opiniões, ideias ou atitudes
diferentes da minha. Tampouco pretendo referir-me às intolerâncias religiosa e
política. Se bem que ... onde termina a tolerância e começa a leniência, o
descaso, o suspeitoso? Todavia, a intolerância pode assimilar o aspecto de uma
reação patológica do organismo a determinadas substâncias. Pobre organismo.
Arrisco-me a declarar que corpo organizado e bem constituído é aquele que bem
convive com a intolerância.
Nada obstante, ocorre-me algo - uma
ideia, talvez - próximo do inusitado. Sim, a mim me parece (desculpai-me o
pleonasmo) estar sendo vitimado pela intolerância. Se bem que a intolerância
que me aflige, que se me invade, é deveras ampla; quem sabe holística? Claro,
não mais tolero o mundo! Triste, não? Lamentável! Porém devo revelar que
conheço pessoas acometidas por um mal inda maior: as intolerantes consigo
mesmas. Coitadas! Será que ainda pode piorar? Lógico! São aquelas que
desconhecem a auto intolerância.