O ser humano não estava, ou melhor, ainda não está preparado para o conhecimento. Eis nosso pecado original. O contágio com o conhecimento e seus efeitos está na origem de tudo, na origem da agressividade, da vaidade, da arrogância ... O “Prometeu Acorrentado” de Ésquilo (525 a 456 a.C.), na verdade, não era um semideus. Segundo Enoque (sec. III a.C.) seria um anjo decaído, talvez um deus alienígena, a metafórica serpente. O fruto proibido da árvore que faculta o diferençar entre o bem e o mal, nada mais é do que o conhecimento, conhecimento este que quando empregado desencadeia toda sorte de iniquidades. O conhecer advindo do fogo trazido por Prometeu mostra-se como a bela Pandora; em suas mãos a caixa, o presente ofertado a humanidade: a ciência! A caixa quando aberta libera todo tipo de mal.
Não só o pensar, mas o falar, o
domínio da linguagem também traz atrozes consequências. Aliada ao linguajar
está a hipocrisia, a malícia, o proposital engano. Babel está justificada.
Seres humanos ainda carecem de preparo para pensarem e/ou transmitirem
pensamentos. O que nos resta, então? A esperança, presa à tampa da caixa
exibida por Pandora; exatamente o que a ciência não pode proporcionar.