E teve lugar o som; sim, era quarta ou quinta-feira, um mês qualquer de um ano bissexto. O primeiro ruído? O estrondo advindo do trovão que teima em acompanhar relâmpagos. Os gatos que dormiam distantes, os morcegos enfurnados em cavernas e os golfinhos imersos no fundo do mar foram os mais afetados, afinal o som precisava ser ouvido por tudo e todos, apesar da abundância de surdos. Então surgiram o pipilar, o coaxar, o silvo, o rinchar, o assobio, o ronco, o berro, o cantar, o bulício, o estrépito, o alvoroço, a gritaria, o etc. Forma de comunicação? Sei lá! Aí alguém descobriu que os sons emitem frequência e inventou o Hertz, o CPS. Um outro mais incomodado inventou o decibel. E a bagunça estava formada. Mas a natureza também nos disponibilizara um Lá natural (440 Hz). Muito embora a música tenha surgido há 35 mil anos com a invenção da flauta de osso, Pitágoras, através da matemática, revelou-nos a escala musical. Desse modo, conhecemos a harmonia, o alento, o agradável da natureza, mas...
Hoje a música é tumulto, é
estardalhaço, é desarmonia, é agressividade. Parece-me que o ser humano
deleita-se com o inominado.
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