terça-feira, 28 de novembro de 2023

Da Facilidade

 

Talvez seja este o polinômio mais cultuado por seres humanos. Senão vejamos: Facilidade, a intenção ou tendência por fazer algo sem muito trabalho; nada de esforço. O termo envolve também condescendência, o que, de certa forma, implica alguma leviandade. Na busca por sinônimos deparamo-nos com a comodidade. E a vida cômoda é assaz procurada. Esse atípico “bem estar” é até mesmo objeto da ciência (ciência?) ou seria apenas tecnologia? A técnica, de fato, se volta a oferecer comodidades. Poxa, que bom! Mesmo? Os aplicativos afastaram os seres humanos de um conviver saudável. A tecnologia busca isolar os seres humanos, e não só em nome da comodidade, mas também no aventar de pretendida “segurança”.

Hoje podemos assistir peças teatrais, filmes e musicais no conforto de nossos sofás; compramos a boa comida e a inebriante bebida teclando nossos aparelhos celulares; visitamos museus, bibliotecas, lugares os mais longínquos abrigados por nossas paredes; hoje consultas médicas são realizadas de modo virtual; o porteiro eletrônico nos afasta da convivência que julgamos incômoda; realizamos pagamentos, transferências, empréstimos, etc. através de aplicativos instalados em nossos telefones; documentos já podem ser exibidos e enviados virtualmente; pessoas há que se divertem com os jogos disponibilizados por aplicativos; crimes são praticados com o aporte da tecnologia... A lista é extensa.

Pelo exposto, percebemos claramente que a facilidade não só afasta, mas também isola seres humanos. A comodidade conduz ao insulamento e, em seu último estágio, consagra o individualismo. A crescente violência entre pessoas, assim me parece, é originária deste estimulado individualismo. Pergunto-vos: Onde a descrita facilidade proporcionaria o abraço, o afago, o sorriso? Onde a humanidade, a solidariedade, a abnegação? Podemos e/ou devemos confiar em amigos virtuais? A virtualidade, por si mesma, é embaraçosa, é recurso desajeitado, canhestro. Bem, para encerrar, faço minhas as palavras de Frank Chuca: “Nos sentimos confortáveis com a comodidade e as facilidades da modernidade, mas a profundidade da nossa alma sente a falta das coisas orgânicas e genuínas”.

segunda-feira, 20 de novembro de 2023

Sedução e sofisma

 

A sedutora sempre se diz seduzida: esse o sofisma praticamente imposto por mulheres, sociedade, mídia, judiciário, redes sociais, ideologias de esquerda, etc. Mas Sérgio Sá, compositor da canção “Eu me Rendo”, de 1981, sucesso de Fábio Júnior, já nos revela um pouco deste artifício escabroso. Permiti-me, portanto, reproduzir partes da poesia e tecer alguns comentários (entre parêntesis) de somenos importância.

 

“Aonde foi parar aquela menina, (de fato, fazer-se menina é parte do ardil)

Que me cantava quase toda noite,

Jogando ao vento, palavras, olhares,

Sorrisos e pernas. (Creio que muitos já passaram por situações semelhantes)

 

Telefonemas de duplo sentido,

Que me deixaram de calo no ouvido, (Seria exagero?)

Daquele jeito assim de respirar

A fim de me afogar de paixão e desejo.

 

Fiz o possível pra não dar bandeira,

Até pensei que não era comigo, (Se fugir ela inverte o jogo e demoniza a caça)

Mas você foi mais e mais se chegando

E apertando o cerco. (Por vezes, a sedução é apenas um meio para alcançar um fim espúrio)

 

Usando todas as armas

Que sabe usar uma mulher,

Quando quer. (Porque quando não quer, o homem não tem como se aproximar)

 

Pois então vem, completa agora seu feitiço,

Vem, não faz essa cara de quem não tem nada como isso.

Vem, para como esse papo ‘De que o que é que eu fiz?’ (O cinismo também é protocolar)

 

Faça o que quiser, eu me entrego, (parece não haver saída)

Mas me faça feliz”. (Pobre do Daniel Alves e tantos outros)

 

 

PS: Uma pergunta: O relatado na canção não seria assédio?

segunda-feira, 13 de novembro de 2023

Prima causa


Na verdade, procuro por uma justificativa plausível para o ativismo feminista. Qual seria a origem desse movimento que vem se revelando, a cada dia, mais e mais inconveniente, embaraçoso, obscuro? O que as feministas querem, enfim? Igualdade ou privilégios? Parece-me que estes são termos excludentes. Seria o feminismo uma espécie de doença? Afinal, doenças, preferencialmente femininas, vêm se sucedendo com o passar do tempo. Comecemos pela neurastenia e histeria, na verdade, buscas por realização emocional. A anorexia, em alta na Belle Époque, serviu como mecanismo de controle às famílias, principalmente pais e mães. Pergunto-vos: será que fabricadas realidades influenciam estereótipos? Depois da histeria veio a esquizofrenia, que na Grã-Bretanha foi considerada a “doença feminina paradigmática”. E, por favor, não venhais falar-me acerca da psicanálise como forma de tratamento, pois que tal recurso não passa de ... digamos, “networking”.

Nada obstante, entendo que culpar a anorgasmia feminina seria leviandade; essa inibição recorrente parece-me apenas parte de algo maior. Pode ser também uma consequência... Mas, o quê? Seria um sentimento negativo, algo como inveja? Ora, a inveja é o desejo de possuir o que o outro tem, e geralmente vem acompanhada de ódio pelo possuidor. Bem, na atualidade, o gênero masculino é sobremodo odiado. Inveja dos homens? Será porque o homem tem mais força física, suporta melhor as condições negativas de um trabalho pesado...? Ou será que a mulher tem inveja do falo? O desejo de ter um pênis causaria reação psíquica negativa nas mulheres, fazendo com que elas se sintam inferiores? Seria esse o motivo que fomenta essa fuga da feminilidade? Sim, os homens são tomados por inimigos, haja vista que a moda agora é o assédio, e o assédio sexual - pasmai - nada mais é do que desejo por reconhecimento.

Bem, a prima causa parece ser mesmo a inveja do pênis. Isso explicaria o porquê das feministas enxergarem a normalidade biológica como sofrimento; a saúde é uma doença. Não, elas não querem menstruar, ter fertilidade, etc.; elas querem ter pênis. Então podemos entender a anorgasmia que acomete a maioria das mulheres, e para isso faço minhas algumas palavras de Simone de Beauvoir, em seu Oráculo do Feminismo: “O ressentimento é a principal causa da frigidez feminina; a mulher pune o homem na cama por todos os erros que ela suportou. [...] A frigidez parece ser uma punição que a mulher aplica tanto a si como ao parceiro; com o ego ferido, ela se ressente contra o homem e contra si própria, negando o prazer a si mesma”.  

Eis aí a origem do ativismo feminista. O movimento implodirá? Creio que sim, até porque grande parte das mulheres discordam das feministas. Aos homens o meu conselho sine pecunia: mantende-vos cavalheirescos, atenciosos, românticos. As qualidades taxadas de machistas, chauvinistas, etc. pelas radicais, são as que mais lhes fascinam.   


domingo, 12 de novembro de 2023

Dimorfismo de caráter

 

Once upon a time... Comecemos de modo chique porque o assunto merece destaque. Então vamos lá: era uma vez um casal de pavões. Em linguagem neutra falar-se-ia em pavês (risos). Pavê, pelo que me consta é um doce bem brasileiro, apesar da inspiração francesa. Por favor, desculpai-me a divagação. Voltemos aos pavês, digo, ao casal de pavões. Ele belíssimo, com seu pescoço azul e de dorso policromado; quando abre a cauda então... Ela, nem tanto, de pescoço verde e o corpo acinzentado. Todavia, a beleza de Antônio - esse é seu nome - não o torna um arrogante; ele busca ser atencioso, cavalheiro, abrir a porta do carro (se tal carro existisse), pagar a conta do restaurante quando leva sua pavoa (nada de patroa) Jezabel, ou, como ele costuma chamá-la, Isabel - ou ainda Isa - para jantar (se é que tal circunstância é possível). E justamente esse seu cavalheirismo fez com que assimilasse a fama de machista. Desculpai-me outra vez, mas (risos)... nossa breve historinha origina-se exatamente por conta dessa fama imposta.

Muito embora as facilidades proporcionadas pela sociedade pavônica (na verdade uma poáia), às suas fêmeas, elas deram início a um clamar por igualdade. Igualdade? Afinal sempre foram privilegiadas. Os machos é quem as sustentam e as cercam de mimos, paparicos, cuidados. O único esforço que elas fazem é pôr seus ovos; depois é só cuidar dos rebentos, auxiliadas, evidentemente, pelos respectivos pares. A força física dos machos os colocam em destaque, é verdade, mas em compensação são sempre mais visados. Os trabalhos mais perigosos e insalubres ficam por conta dos machos; somente os machos vão às guerras. Quando em situações de perigo, as fêmeas sempre são protegidas. O código de leis que rege a poáia beneficia em muito as fêmeas. A expectativa de vida dos machos é menor que das fêmeas. Por morte do marido elas não ficam desamparadas (refiro-me a seguros, pensões, etc.)

Creio, se assim me for permitido, ser justamente essa gama de regalias a responsável pelo vindicado “empoderamento” das pavoas. Na verdade, elas não querem tratamento igualitário, elas não querem fazer o trabalho pesado, o trabalho sujo. Algumas pavoas, a título de experiência (algo a ser louvado), na tentativa de desenvolverem trabalhos pesados típicos de machos, experimentaram o desgaste, o estresse, a ansiedade e, lamentavelmente, voltaram-se à bebida e ao cigarro. As pavoas ativistas não querem isso; elas querem os bons empregos, os lugares de destaque, querem dominar, sujeitar os machos pavões; em suma, querem ser patroas. Elas clamam por uma sociedade de pavoas amazonas. (Será o Benedito? Desculpem-me a falha, Benedito é um sapo, personagem de outro conto).

Bem, agora falemos sério (se é que há alguma coisa de sério nessa crônica). Eu não colocaria a culpa num dimorfismo sexual ou biológico. Ide desculpando-me, mas entendo que a inveja é o mainstream das ditas peripécias pavoáticas. Pavões com seus corpos esbeltos, belos, de inegável maior força física, bem dispostos, dorsos bem torneados, policromados, com caudas que inspiram predicados como amazing só fazem estimular um certo desgosto nas pavoas (dimorfismo de caráter?) Só lhes resta, então, tentar subjugar os que, por natureza, atendem melhor ao imperativo proposto. E quando elas conseguirem a dita supremacia, se é que vão consegui-lo, haverá uma premiação mensal para a pavoa que mais se destacar: uma noite com o pavão mais charmoso do pedaço.

sábado, 11 de novembro de 2023

Libertatem? Ne sero quidem*.

 

Falemos de liberdade. Como é bom batermos no próprio peito e declarar: Somos livres! Mas o que é ser livre? Reformulo a pergunta: O que é ser livre na sociedade? Fazer o que quiser? E onde fica a responsabilidade? Será que o direito de ir e vir, característica das democracias (mesmo que relativa como a nossa) nos permite invadir propriedades alheias? Liberdade é sinônimo de indisciplina? Por definição, a liberdade, um direito constitucional, implica respeitar a liberdade de outrem e dentro dos limites da lei. Ou será que falamos da liberdade da raposa no galinheiro? Atentai, vós libertários! Liberdade ampla, geral e irrestrita é somente para ditadores. Existem leis que regem até nossas ações. A fazer uso de uma metáfora: somos aquele cãozinho que sai para passear com seu tutor. Quanta alegria poder andar pela rua em companhia do dono, mas... estamos presos à coleira.

Em verdade, só somos livres em pensamento. Não permitamos, pois, que nossa reflexão seja moldada, violada, violentada. Hodiernamente, há um protocolo assaz empenhado em nos impor a liberdade, ... mas esquecem-se os doutrinadores que a liberdade imposta fere a liberdade em si.

 

* Liberdade irrestrita? Nem mesmo tardia.

quinta-feira, 9 de novembro de 2023

Jezabel como exemplo

 

A nada atual vitimização da mulher levou-me a escrever esta breve crônica. Sim, falo em nada atual pois, muito embora meus parcos conhecimentos mitológicos, sou levado a questionar algumas narrativas míticas. Vejamos: Tirésias ficou cego porque, casualmente, viu Atenas despida; Actéon, por ter observado Ártemis nua, foi transformado em um cervo e devorado por seus próprios cães. Medéia, todavia, esquarteja o irmão e joga os pedaços no mar, ajuda o esposo Jasão em sua fuga e, tomada por incontrolável crise de ciúmes, mata seus dois filhos, a segunda esposa do marido e o rei de Corinto. Qual a sua punição? Nenhuma! Foge em uma carruagem gentilmente oferecida por Hélios, o deus do Sol.

A Bíblia, outrossim, apresenta-nos a personagem Jezabel, mulher sidônia, casada com Acabe, rei de Israel. Acabe, muito embora bem sucedido política e militarmente, manifestava enorme fraqueza moral. Então Jezabel, pessoa de personalidade forte, dominadora, arrogante e vaidosa, fez o que quis. Em verdade, foi ela quem governou Israel, a ponto de desafiar o profeta Elias e o próprio Deus. E qual a semelhança com os dias atuais? Simples, assim como depois de Davi e Salomão Israel conheceu a idolatria, a degradação moral, os dias de hoje mostram-se repletos de “Acabes”, ou seja, chefes de estados bem ou mal sucedidos política e militarmente e sem quaisquer resquícios de, sequer, uma primitiva moralidade.

Então abundam as “Jezabéis”.  Oportunistas, maquiadas de feministas, ocultam suas piores facetas e reivindicam “direitos” que facilmente lhes são concedidos, graças a construção de narrativas e apelo ao politicamente correto. Legisladores, juristas, jurados e magistrados ainda aceitam, quando em face da violência feminina, argumentos como “Síndrome pré-menstrual”. Mas os homens colaboraram com o dito processo, não só pelo fracasso moral, mas também por permitirem-se emascular. Será que ainda há tempo para uma reviravolta? Por onde andam os verdadeiros estadistas? Onde foram parar os princípios, os valores? O que fizeram da integridade, da honestidade, da justiça? Nós, homens, devemos reassumir nossa original masculinidade. Isso só basta!

A título de conclusão, volto à narrativa bíblica: Jezabel, além de insepulta, foi devorada pelos cães. Cuidai, portanto, vós feministas, pois vosso portentoso discurso, embora ruidoso, está fadado ao fracasso. E haja cães!