(Eis o risco que se corre ao se tentar fazer poeta)
Mulher
De início um olhar, um cismar, um pensar.
Depois o sonho, a quimera, a fantasia;
A embaraçada cobiça, a lúdica ousadia:
O pudico desejo do verbo que diz amar.
Então vieram os afagos, os afetos, carícias,
De corpos não frios, talvez tíbios, dolentes,
De almas que relutavam em se fazer ardentes,
De seres comuns que mascaravam malícias.
E veio o oportuno, o conflito, o abraço,
A vida que eleva, que exige, reclama;
Um clamor exaltado, que grita, que quer.
Ó Eros que fustiga, fere e embaraça,
Que constrange, pune e conclama, mas
Que permite, enfim, chamar-te mulher!
Simplesmente lindo!
ResponderExcluir