A sabedoria árabe
afirma:
- “Quem não sabe e não
sabe que não sabe, é um imbecil: deve ser internado.
- Quem não sabe e sabe
que não sabe, é um ignorante: deve ser instruído.
- Quem sabe e não sabe
que sabe, é um sonhador: deve ser acordado.
- Quem sabe e sabe que
sabe, é um sábio: deve ser imitado”.
Em se aplicando a
máxima à educação voltamo-nos irremediavelmente para a ignorância - para aquele que não sabe e sabe que não sabe - pois que
esta, além de estar afeita à função educacional, se revela sobremodo incômoda à
relação ensino-aprendizagem. A ignorância não só é atrevida, mas vaidosa. O
ignorante, ciente de sua própria incapacidade de assimilar ou apreender qualquer
conteúdo que não seja o medíocre, o rasteiro, o vulgar, tenta ocultar-se. E
para mascarar sua inépcia, lança mão de recursos espúrios e igualmente
deletérios: a banalização, a piada, a chacota. Então, os seus iguais, também ignorantes,
divertem-se com sua recursal e estroina jocosidade. A ignorância daí em diante
vê-se como irreverência, como excentricidade. E arrebata prosélitos, posto que
a pretensa extravagância tem o poder de se tornar arrebatadora dentre a caterva
auto fracassada. A ignorância em si nada seria, mas sua contaminabilidade é
preocupante.
Seria bastante pertinente a pergunta: e como combater semelhante mal? Posso lhes afiançar, e pautado em experimentos empíricos, que a ignorância, depois de experimentar o glamour da irreverência, submete-se à fama que dela se originou, transformando-se assim, numa espécie de doença auto-imune.
Acredito poder terminar
nossa leitura com outro provérbio também bastante popular: “Uma laranja estragada
pode contaminar todo o cesto”.
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