O presente trabalho de pesquisa volta-se ao charlatanismo enquanto pessoa jurídica, muito embora os dados me tenham sido fornecidos por pessoa física. Nomeá-lo? Não, pois isso seria satisfazer a vaidade tão característica do impostor. Na verdade, o trapaceiro aproveitaria a oportunidade para inculcar seus valores e com eles enganar um maior número de pessoas. No que se refere aos dados, estes foram coligidos com alguma facilidade, haja vista os burlões sentirem enorme prazer em falar de si mesmos.
O charlatanismo, em geral, origina-se
na classe média, se bem que alguns expoentes da impostura preferem declarar-se
nascidos na extrema pobreza. Bem, eu não sei dizer se somente a classe média
tem por hábito pressionar seus descendentes para que se tornem “alguéns” na
vida. E antes mesmo que o psicologismo de ocasião invada a seara que lhe não
diz respeito, afirmo que famílias saudáveis - desde que, de fato, saudáveis - estimulam
e cobram dos filhos um futuro melhor. Que meus leitores fiquem certos de que a
cobrança familiar não oportuniza rebeldia, preguiça ou indisciplina no tocante
aos estudos. Observemos, no entanto, com mais cautela, as novas “didáticas” e
os “revolucionários métodos de ensino”. Estes sim, proporcionam a sublevação, a
indolência, o comodismo, o que culmina na repetência.
Ora, durante a adolescência, a mândria
e a folgança são atribuídas à idade de “novas descobertas”, aos hormônios, etc.
E lá está o psicologismo de plantão para justificar toda e qualquer deslize
humano. Então chega o fim da adolescência, as coisas no colégio não se
mostraram a contento, mas... deve haver um jeito para que o mandrião se dê bem.
Ele torna-se um crítico social baseado em chavões, palavras de ordem, panfletos,
slogans. A partir daí, ele finge ter cultura e quer se passar pelo que não é. Sim,
por que não prestar vestibular para um curso sem concorrência? Lógico, um curso
pouco procurado... na área de humanas, de ciências sociais. Nesses cursos
homiziam-se doutrinadores travestidos de professores. Lá tem início a carreira
do charlatão.
Nada obstante, e para não ser taxado
de tendencioso, devo declarar que alguns (bem poucos) charlatães conseguem
ingressar em cursos universitários mais concorridos. Todavia, em pouco tempo,
por não serem aplicados aos estudos (falta de disciplina e contato com livros),
trancam a matrícula ou mudam de curso. Mas a universidade é tudo o que aspiram.
A universitas é a totalidade, um
outro universo. Sim, ali está a falsa e cobiçada sensação de liberdade; nada de
família para interferir em suas vidas; nada de seguir valores ultrapassados;
nada de princípios religiosos. A universidade proporciona inúmeras ferramentas:
livros de esquerda, onde o discurso do fracassado vê-se contemplado, enfim a
culpa de todo o mal é a sociedade. Não faltam doutrinadores para assediar os
jovens e cooptá-los em nome de políticos esquerdopatas. E lá estão as drogas.
Inegavelmente, nos cursos de humanas,
as ciências ditas sociais, há os que se empenham em estudar e assimilar
conhecimento, mas tais exemplares podem ser contados nos dedos. Faz parte do
processo de formação do charlatão ele nada estudar, mas viver dentro do DCE -
Diretório Central dos Estudantes - e a fazer protestos. Não é raro, ainda nessa
fase, o aprendiz de impostor infiltrar-se em sindicatos e movimentos,
principalmente no MST. Mas o que o MST produziu em todos esses anos acampados
em acostamentos de rodovias? Invasões somente. Doravante, o mandrião começa a
se enxergar como um revolucionário. Sim, com o pouco, nada, ou quase nada assimilado
na vida universitária - eis o analfabetismo funcional - ele vê-se como uma
pérola intelectual extraída da massa explorada. Por vezes, permanece mais de
uma década na universidade, onde seriam necessários apenas 4 anos. Manifesta,
inclusive, a pretensão de ser melhore do que os alunos que encaram os estudos
com seriedade. A nova versão de alguém culto, um novo intelectual, o
intelectual orgânico. Isso faz bem para o seu ego; entende que as mulheres se
sentem atraídas por ele, muito embora vestir-se com andrajos, ter péssima
aparência e revelar comportamentos antissociais.
Desponta a inveja. Os insipientes charlatães
nutrem imenso ódio por quem se veste melhor do que eles. Abundam adjetivos: são
os porcos capitalistas, burgueses, reacionários, a classe média maldita. As muitas
tatuagens e adereços, agora em moda, embora falhos esteticamente, tem por fito
apenas agredir o que é entendido como aparência normal; quanto mais rabiscos
escabrosos na epiderme, mais os parvos charlatães se sentem melhores que seus
iguais. Aliás, tudo não passa de vaidade, pois que assim se destacam; assim se
auto rotulam.
Chega o momento do envolvimento com a
arte. A música! Depois do Reggae, tem lugar a MPB: Chico Buarque e Cia. Ltda. A
música tem que ser música de protesto! Abundam artistas de esquerda que se
locupletam com a lei Rouanet. Depois vem o funk, o pancadão. E tome
contracultura; a guerra cultural. Porém, querem uma guerra de fato. Querem derrubar
um status quo; querem derrotar a
nação que lhes serviu de berço. Apesar de admirarem China, Cuba e Venezuela,
não mais querem ser revolucionários; começam por alimentar a ideia de se
tornarem terroristas. Pretendem servir a Kim Jong-hyun e lutar ao lado dos
norte-coreanos. Passam a odiar os judeus e apoiar o Irã. Não mais creem na
queda do muro de Berlim; a União Soviética permanece intacta, com guerra fria e
tudo o mais.
Muita embora o canhestro pensamento e
a fracassada ideologia, precisam de trabalho, precisam de dinheiro. Trabalhar?
Onde? A arrogância não lhes permite exercer qualquer trabalho. Se bem que... nada
saibam fazer. Desejam um emprego público. Com que formação? Como passar em
concurso? Sonham (melhor seria dizer deliram) então, com uma retrógrada
revolução do proletariado; anseiam pela tomada de poder por uma elite de
esquerda da qual fazem parte. Sim, querem ocupar cargo comissionado e um bom
salário... Mas, pera aí: isso é coisa da capitalista! A indicação política
aparece e eles assumem o tão sonhado cargo. E como todo burguês, capitalista,
classe média maldita, eles tratam dos cabelos, da aparência, passam a usar
ternos, frequentar bons restaurantes, apreciar bons vinhos e, a depender do
cargo ocupado, desfrutar de motorista particular.
Estai certos de que, em face da “requintada”
formação em charlatanismo, seus representantes enfiarão, sem dó, a mão nos
cofres públicos em nome de uma causa social e pelo bem dos trabalhadores. Essa esquerda
caviar - socialistas de iphone - por certo, usa produtos da Apple, publica nas
redes sociais textos que agridem valores conservadores como respeito,
honestidade, integridade, etc. e confere à esquerda lugar de destaque, a
rotular os que a ela se opõe de escravos do capital.
Dá-lhe Paulo Freire e a sua Malfadada pedagogia do oprimido, conduzindo as massas e as sociedades a extinção.
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