sábado, 7 de abril de 2012

Inicio este meu pretenso contágio - dejeto universal - com um pensamento de Novalis. "Homem: uma metáfora!" Antes mesmo que os "politicamente corretos" se insurjam para defender a ideia de que o autor seria um machista, devo adiantar que - atenção para a leitura hermenêutica (séc. XVIII) - o autor se refere a todo o gênero humano. Bem, em seguida deparamo-nos com o termo metáfora. Aqui o autor percebe o ser humano como um objeto diverso daquele pelo qual foi designado; o ser humano seria recôndito por natureza. O que temos do ser humano afinal? O que conhecemos dos seres com os quais nos relacionamos? Parece que o autor nos quer falar da impossibilidade de conhecer os seres humanos na sua essência. O que podemos conhecer dos seres humanos? Comecemos pelo sujeito: sujeito seria uma instância epistemológica, ou seja, a relação sujeito X objeto, tão pertinente ao conhecimento. Pessoa: pessoa advém de persona, isto é, a máscara pela qual nos manifestamos no trato social. O eu: o eu seria uma percepção de si que diverge do outro. Bem, resta-nos o indivíduo. Mas o que é o indivíduo? Nada mais do que uma criação do eu; somente o eu pode conhecer o indivíduo por ele criado. O indivíduo, o indiviso, o indivisível, o único seria a criatura de um criador: o eu! Talvez por isso Novalis tenha entendido o ser humano como metáfora. Então, cabe a pergunta: haja vista a complexidade e a impossibilidade de se conhecer indivíduos, como podemos falar em relações individuais?

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