O simples exercício do viver nos torna
presas de situações embaraçosas. A elas, contudo, se solidarizam um leque de
soluções possíveis. Em geral, dentre estas, duas se nos apresentam como
viáveis, se bem que ambas com consequências difíceis e/ou penosas. Neste caso,
não se observa a eterna disputa entre o apolíneo e o dionisíaco; não há razão
opondo-se ao prazer. Tudo é razão. Eu diria até um racionalismo exacerbado e
insensato. E como corolário teremos: uma solução deverá ser tomada em
detrimento a outra. São dilemas!
Dilemas pervagam nossa existência e
nos conduzem, inexoravelmente, à insegurança. Todavia, seres humanos costumam
lançar mão de alguns recursos. Uns optam pelo aconselhamento, outros para o
divã, alguns recorrem aos amigos. Existem aqueles que se voltam para a
religião, onde fé, orações e promessas se mostram como ingredientes
fundamentais. Em verdade, queremos não só fugir dos maus resultados de nossas
decisões, mas também transferir ao outro a responsabilidade por possíveis
malogros. Esquecemos, entretanto, que em se tratando de dilemas, os insucessos
não serão meras possibilidades, mas algo efetivo, concreto.
Em face dos dilemas, seres humanos, em
geral, revelam-se como incipientes; manifestam toda a sua meninice, toda a sua
infantil evolução. Parecem esquecer que esta dualidade é bem-vinda e que serve
de suporte às decisões futuras. A dúvida é sempre benéfica.
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