sábado, 22 de janeiro de 2022

A síndrome de Sodoma

  

Nosso mundo claudica... agoniza. Não pela iminência de uma guerra qualquer; não pelo descaso ao meio ambiente; não pelo possível choque de um cometa ou meteoro; não pelo advento de um governo central imposto por uma nova ordem mundial. Estas não seriam causas, mas apenas efeitos. O mundo, através de uma quase totalidade de cidades, assimilou essa doença; na verdade uma síndrome: a síndrome de Sodoma. O pensar renovador que despreza valores, a visão progressista que olvida princípios, os revolucionários que rejeitam a religião, os vanguardeiros que depreciam e/ou desonram a família são responsáveis pela algaravia que envolve nosso dia-a-dia, pela comédia burlesca que fingimos ser prazerosa e verdadeira. Eis aí a personificação da besta. As emanações mentais provenientes de um sem número de cérebros inovadores em eterno espasmo criaram as situações das quais somos reféns. Não vos enganeis, Ló e seus familiares já foram retirados das cidades enfestadas. Todavia, ainda haverá esposas a olhar para trás, não por conservadorismo, mas pelo desejo de perpetuar o clima liberal; ainda haverá filhas buscando embebedarem seus pais na tentativa de parirem novos povos, povos estes que fatalmente se odiariam. E o que será do mundo? A total destruição? Não, pasmai: o mundo será resgatado pelos conservadores, pelos reacionários, pelos tradicionalistas, pelos ultrapassados. Aliás, os únicos a entenderem que as constantes rupturas entre passado e futuro dão lugar a lacunas intransponíveis, como as que partilham do nosso cotidiano, impedindo, inclusive, o livre traçado da história.      

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