Se perguntássemos à malta em
constante ebulição por Ptolomeu, Copérnico, Isaac Newton, Einstein, Albert
Sabin, Fulton, Gutemberg, Rudolf Diesel, o casal Curie, e tantos outros nomes
que se dedicaram a acrescentar algo de positivo à humanidade, por certo
teríamos como resposta um sorriso amarelo, e logo em seguida a piada grosseira,
apanágio da caterva que se entende como “antenada”.
Em contrapartida, a súcia,
talvez explicada pelo inconsciente coletivo de Jung - e aqui me exponho por
discorrer sobre uma ciência extremamente complexa - se projeta em nível
mundial, ensaiando um holístico e apocalíptico ballet ao som de “call me,
maybe”, ballet este “criado” - e aqui
opto por manter o verbete entre aspas, até porque, na falta de melhor verbete
me valho da “criação” - por um jogador de futebol (football, ou melhor, soccer).
O problema não está no
jogador de futebol, nem mesma na sua capacidade “criadora”; o problema reside simplesmente
em tal personagem conseguir despertar a atenção em nível mundial, atestando com
isso a degradação, a degeneração, o abastardamento de toda uma espécie.
Mais uma vez me vejo impelido
a recorrer aos clássicos, pois historicamente percebe-se o declínio de uma
sociedade, quando esta se volta ao cultivo da forma, execrando o conteúdo, o espírito,
a essência. Em suma, a espécie humana olvida seus verdadeiros benfeitores,
contemplando o efêmero, o banal, o vulgar, posto que, num extremado culto ao
apedeutismo, enquanto promove à condição de celebridade um semianalfabeto,
relega ao ostracismo grandes vultos da humanidade.
O que nos resta afinal?
Torçamos para que alguém, distraidamente, sabiamente, ousadamente,
temerariamente, bem intencionadamente aperte um botão, dando origem a uma
guerra nuclear. Este seria nosso último grande benfeitor. É disso que
precisamos: um visionário! O anjo apocalíptico que dê início a nossa solução
escatológica. Alguns poucos exemplares da raça humana restariam para reiniciar
o processo de desenvolvimento. Estaríamos livres de tal abastardamento? Não
sei.
Nenhum comentário:
Postar um comentário