sábado, 29 de setembro de 2012

Minha escatologia enfim justificada




Se perguntássemos à malta em constante ebulição por Ptolomeu, Copérnico, Isaac Newton, Einstein, Albert Sabin, Fulton, Gutemberg, Rudolf Diesel, o casal Curie, e tantos outros nomes que se dedicaram a acrescentar algo de positivo à humanidade, por certo teríamos como resposta um sorriso amarelo, e logo em seguida a piada grosseira, apanágio da caterva que se entende como “antenada”.
Em contrapartida, a súcia, talvez explicada pelo inconsciente coletivo de Jung - e aqui me exponho por discorrer sobre uma ciência extremamente complexa - se projeta em nível mundial, ensaiando um holístico e apocalíptico ballet ao som de “call me, maybe”, ballet este “criado” - e aqui opto por manter o verbete entre aspas, até porque, na falta de melhor verbete me valho da “criação” - por um jogador de futebol (football, ou melhor, soccer).
O problema não está no jogador de futebol, nem mesma na sua capacidade “criadora”; o problema reside simplesmente em tal personagem conseguir despertar a atenção em nível mundial, atestando com isso a degradação, a degeneração, o abastardamento de toda uma espécie.
Mais uma vez me vejo impelido a recorrer aos clássicos, pois historicamente percebe-se o declínio de uma sociedade, quando esta se volta ao cultivo da forma, execrando o conteúdo, o espírito, a essência. Em suma, a espécie humana olvida seus verdadeiros benfeitores, contemplando o efêmero, o banal, o vulgar, posto que, num extremado culto ao apedeutismo, enquanto promove à condição de celebridade um semianalfabeto, relega ao ostracismo grandes vultos da humanidade.
O que nos resta afinal? Torçamos para que alguém, distraidamente, sabiamente, ousadamente, temerariamente, bem intencionadamente aperte um botão, dando origem a uma guerra nuclear. Este seria nosso último grande benfeitor. É disso que precisamos: um visionário! O anjo apocalíptico que dê início a nossa solução escatológica. Alguns poucos exemplares da raça humana restariam para reiniciar o processo de desenvolvimento. Estaríamos livres de tal abastardamento? Não sei.

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