Soube, à boca pequena, que certo projeto será levado à votação no Congresso, quiçá ao STF, tratando de tema sobremodo polêmico. O referido PL busca criminalizar certo termo científico, entendendo-o como injúria preconceituosa. Sim, se aprovado, o Buraco Negro não mais poderá ser chamado de Buraco Negro. Não me pergunteis pela fonte, pois apesar de não ser jornalista, não a revelarei. Só posso vos adiantar que a Projeto de Lei é de autoria de um deputado federal vinculado a certo partido de esquerda; desses bem mimizentos que empenham-se em polarizar a sociedade, a inventar vítimas e respectivos algozes.
Na justificativa do projeto, alega o
autor que - não sei de onde ele tirou a ideia - o termo faz alusão a quantidade
de negros, número quase infinito amontoados em guetos, comunidades ou favelas,
e que essa massa compactada deformaria o espaço-tempo, isto é, a sociedade de
brancos que durante muito tempo ocuparam todos os espaços, impondo sua cultura
pseudo aristocrática, sua religião hierarquizante e seus valores ultrapassados.
Mesmo a sorrir de modo desbragado, não
posso deixar de reconhecer tamanha criatividade. Ponho-me, então, a matutar:
Como falar de Buracos Negros sem assim chamá-los? Cavidade Trevosa? Em inglês
ficaria até charmoso: Dark Cavity; em
francês seria Cavité Sombre; em
alemão chamar-se-ia Dunkle Höhle. Todavia, não fiqueis boquiaberto, pois,
segundo noticiado pela TV, há uma projeto de diretrizes no parlamento norte-americano
para os próximos anos proposto pela líder da casa, a democrata Nancy Pelosi,
que tem provocado acalorados debates. A coisa - com todo respeito às coisas -
prima pela eliminação dos termos de gênero. Fala-se numa linguagem neutra de
gênero, a banir, portanto, palavras no masculino ou feminino. Por exemplo: Pai
e mãe (father and mother) seriam
substituídos por parents; filho e
filha (son and daughter) por child; marido e esposa (husband and wife) por spouse; aos membros do congresso ficaria
proibido o uso de ele ou ela (he or she),
pois estes seriam substituídos por membro, representante ou integrante (member or representative).
E volto-me a pensar na falácia
pós-moderna. A isso chamam democracia. O que fizeram com a democracia!? Mas
nada é tão desastroso que não possa piorar: imaginai agora o tal Projeto de Lei
do nosso deputado - PL que demoniza o termo Buraco Negro - sendo analisado
pelos ministros do STF. Tentai imaginar vossas excelências a discorrerem sobre
física, sobre astronomia, sobre ciência afinal. Observai que, enquanto nossos
togados esbanjam notáveis saberes jurídicos, carecem de conhecimentos
científicos, bem como desconhecem in
totum alguns poucos adjetivos qualificativos, ou melhor, predicativos que
em muito os nobilitariam.
Tenho dito!
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