É notório o empenho de várias redes de TV, nacionais ou estrangeiras, por levar ao público programas de calouros. O The Voice é um show de talentos que teve origem na Holanda e seu formato foi copiado por diversos outros países, inclusive o Brasil. O Canta Comigo é a versão brasileira do original britânico All Together Now. Então, a pergunta que não quer calar: Por que? Há, de fato, tanto interesse dos profissionais midiáticos em descobrir e promover talentos? O culto à arte é assim tão premente? Afinal, as produções são caras, dispendiosas, pois envolvem cenários, orquestras, figurinos, prêmios, hospedagens, viagens, etc. O que há por trás de tudo isso?
Vou tentar resumir. Pessoas,
talentosas ou não, buscam cumprir as demandas estabelecidas pelo trato social,
ou seja, querem a notoriedade, querem a fama, a glória, o poder. Enfim: querem
tornar-se celebridades. A arte, para estes, mostra-se apenas como um meio. Contudo,
a arte não está vinculada à fama; arte é conforto, é alento. O canto é para
muitos oportunidade de se notabilizar. Não vos enganeis: a arte já vem sendo
usada como meio há muito tempo; a contracultura catapultou e notabilizou a
incompetência. E eu vos pergunto: seres humanos sabem lidar com a fama, com a
glória? Evidente que não; conta-se a dedo os que não se notabilizam
escravizados à vaidade.
E pela ótica “empresarial”: qual seria
o preço a ser cobrado em proporcionar fama e notabilizar alguém? Competência?
Talento? Estai atentos! A arte é explorada por empresários inescrupulosos, pois
é artimanha para o aliciamento. E como se dá o processo? Simples, a vaidade
torna mais fácil e eficaz o trabalho de cooptação, pois na tentativa de
tornar-se célebre, de conquistar fama, os participantes acabam por abrirem mão
de princípios e/ou valores. Posso citar a meu favor os “Reality Shows”. O meio,
o ambiente “artístico”, em si, carece de probidade, de integridade. Eis o aliciamento. Depois de pouco tempo, já
com alguma fama conquistada, não vos alarmeis em ver noticiada a nudez da
ex-candidata, ou a possível overdose de um candidato que potencialmente teria algum
futuro. “Vaidade, tudo é vaidade e correr atrás do vento”. (Ec. 2.17)