Não é raro permitir-me sair às ruas quando acicatado por problemas que me parecem insolúveis ou mesmo quando incentivado por preocupações outras. Então deixo-me vagar sem rumo, sem conduta ou objetivos. Este meu vagar há muito deixou de ser insólito; é como uma busca alicerçada em fantasias; é como se as divagações pudessem trazer respostas e/ou soluções.
As respostas, de fato, não vêm; as
soluções não me são apontadas. Todavia, algo como mensagens positivas
acercam-se de mim. Sim, dentre as inquietações e ao desassossego, surge o
adejar de uma ou mesmo de várias borboletas. O ruflar perceptível, porque
revestido de cores, apresenta-se, apressa-se, mostra-se errante ... Aí está a criatividade, a mudança ... E por
que não a alegria e liberdade para fazê-las? As soluções fazem-se presentes
neste revolutear alegre e colorido; as mensagens parecem implícitas. Eis a
transformação, minha renovação!
De fato, borboletas evidenciam sinais
de transformação. Há como uma similaridade à raça humana, haja vista as
mudanças anatômicas. Tudo inicia com os ovos, assim como nós enquanto gestados.
A fase larval assemelha-se à nossa infância, na qual somos ainda bastante
frágeis. A pupa pode ser entendida como nossa adolescência; situamo-nos bem
próximos à fase adulta. Por fim a condição de total desenvolvimento, na qual
manifestamos alegria e criatividade; uma transformação que clama por liberdade,
porque considera-se ser em evolução.
Ao observá-las, permito-me relembrar não
só das transformações vividas, mas também de quantas ainda se farão
necessárias. A certeza a invadir-me, a trazer-me conforto, reside exatamente na
incerteza desse mister. E o mais importante: as borboletas se solidarizam
conosco. Até por uma questão de sobrevivência, além do néctar encontrado nas
flores, a panapanã precisa de outros nutrientes... então pousa em nossos
corpos, tendo como objetivo sugar nossas lágrimas e suor.
Uma grande observação, uma pena que nós humanos, ditos racionais não nos solidarizemos com elas também.
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