quinta-feira, 14 de dezembro de 2023

Uma pátria a beira da extinção

 

Pasmai, mas tudo teve início com o incômodo causado pelo lucro da classe (burgueses, habitantes dos burgos) rechaçada por um sistema em franca degradação (o feudalismo) e obrigada a habitar cidades costeiras. Enriquecimento de antigos servos? Que absurdo! Não, isso nunca! A propriedade precisava ser extinta e todos os bens tornarem-se coletivos. O grande incomodado, então, resolveu “inventar” um novo modelo econômico; na verdade só fez resgatar (uma banal adaptação) o sistema que fora abandonado em 1789. Sim, ele criou o Feudalismo de Estado, ou se assim desejais, o Feudalismo Estatal, que a fazer uso de um recurso eufemístico, passou a atender pelo nome de Socialismo Científico. Agora sim, o Estado como único senhor; tudo o mais a seu serviço e a ele submetido. Bem, pelo menos esse foi o discurso.

E o trabalhado discurso, ao declarar importar-se com o trabalhador, na verdade explora muito bem a imoralidade ou amoralidade humanas. O palavreado “nada” fastidioso vitimiza todo e qualquer trabalhador, retirando dele qualquer responsabilidade. A sociedade vê-se polarizada; patrões e empresários transformados em algozes, déspotas, tiranos. Já que não mais responsável por nada, o mérito deixa de ser levado em conta; os fracassados vêm-se contemplados. Preguiçosos, oportunistas, exploradores, os carentes de honradez e aqueles nos quais abunda a má fé aí encontram acolhida. O Estado, com seu viés explorador, entretanto, favorece um reduzido número de militantes (dirigentes), enquanto é aclamado pela massa que julga ter seus interesses contemplados.

A coisa dissemina-se: educação e cultura contaminadas. A contra cultura, na verdade é uma anti cultura. Em se tratando de Brasil, a vitimização invade os bancos escolares. O que temos, enfim? Uma massa de analfabetos a exibir diplomas de curso superior. Pior! Conheci grande número de “professores” militantes, imersos em uma insuportável vaidade, a ostentar títulos de pós graduados, inclusive PhD, Philosophy Doctor. Meu Deus, o que fizeram com a Filosofia! Paramos aí? Lógico que não. Parece-me estar tudo contaminado. Não só a educação, a cultura, a política... Mas as relações, as expressões artísticas, a ciência, a informação, a mídia... Em tudo está presente o viés ideológico.

A linguagem está sendo corrompida. Alguns termos, verbetes, a serviço do Feudalismo Estatal, estão “perdendo” significados e incorporando outros. Os crimes, por exemplo, tem origem (assim declaram) na sociedade; os criminosos não devem ser responsabilizados e sim a sociedade que os abriga; criminosos são vítimas. E para citar um caso específico de corrupção idiomática: o delinquente, mesmo que preso em flagrante e/ou réu confesso, continua a ser tratado por suspeito. Será que faz-se necessário consultar o conceito de suspeição? A ciência jurídica (ciência?) assimilou um cínico viés, pois sacripantas comunistas tornaram-se ministros da Suprema Corte. O Direito, enquanto disciplina, acabou por se transformar em compêndio. Explico-me! A Constituição, os Códigos Civil, Penal, Trabalho, etc. estão à mercê de inúmeras interpretações, dependendo logicamente dos valores e interesses dos “magistrados”.

Em face do exposto, pergunto-vos: o que se pode esperar de um país como esse?   

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