quinta-feira, 31 de outubro de 2024

Ilustre Zé Ninguém


Começo por me perguntar: seria ofensivo chamar alguém de Zé Ninguém? Isso me parece nada mais que um vocativo como muitos outros, se bem que nos dias de hoje, com o ativismo do “politicamente correto”... Mas o sentir-se Zé Ninguém é bem mais grave; é uma consciente autodeterminação. O Zé Ninguém vê-se como um “zero à esquerda”, algo (não alguém) sem qualquer importância. Mesmo aqueles que conseguem algum peso social e/ou poder econômico, graças ao nome de família, favorecimento político ou algo similar, continuam por sentir-se um nada. Todavia, o Zé Ninguém, em geral, é cooptado pela vaidade. Aí estão as origens dos desmandos.  Quando trata-se de um indivíduo sem qualquer importância, ele busca a fama através do crime, podendo tornar-se, inclusive, um serial killer. Quando agraciado pelo poder econômico, mostra-se como um esbanjador; o retrato fiel da prodigalidade (crime, drogas, etc.). Agora, quando alcança peso social, independentemente de ter ou não curso superior (o plágio é usado como recurso) e desfruta do poder, torna-se um tirano. Pasmai! Graças a conluios políticos o Zé Ninguém pode tornar-se até ministro da Corte Suprema.             

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