Não, não foi o Senhor quem falou comigo ou tornou-me arauto de Seu pensamento. Creio ter sido influenciado pela muita leitura e/ou violentado pelo excesso de informações... mas fato é que imagens vêm se formando há algum tempo em meus pensamentos. Disponho-me portanto, não só divulgá-las, mas também partilhá-las convosco, meus possíveis leitores.
Uma primeira visão revela-me alguns
funerais (11, se não me engano). Mas são solenidades carregadas de pompa (as
circunstâncias é que não são agradáveis); o fausto evidencia pessoas ilustres. Mas
o esplendor agora é mórbido, uma magnificência sombria. E lá estão os corpos
inanimados, ainda togados, dos ex-ministros (há também uma representante
feminina) a ouvirem discursos repletos de elogios canhestros e serem carpidos
pela hipocrisia.
Uma segunda imagem retrata o hostil, a
desforra, algo próximo da vingança, acontecido uma semana após o descrito
sepultamento. O povaréu chega ao cemitério em silêncio, aproxima-se das
referidas 11 tumbas, e tem início o funesto ataque. Jazigos depredados. Os corpos
são retirados dos sepulcros (não caiados, mas marmorizados). A putrefação é
ofensiva; a fetidez provoca um regurgitar simultâneo. Cães igualmente sombrios aparecem
para tomar parte naquele ritual pagão. Os manifestantes afastam-se lentamente. Os
corpos, ou o que restou deles, assemelham-se, então, a esterco.
Triste fim para a arrogância, fatuidade, felonia, ganância, iniquidade, corrupção!
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