domingo, 8 de dezembro de 2024

Certeza

 

Enfim nos encontraremos! Não, ela nunca esteve à minha espera; eu jamais a busquei... Mas nosso encontro mostra-se iminente. Mas, por que agora? E, por que não ontem ou em futuro distante? Posso afiançar-vos de que nunca lançamos mão de recursos delusórios para apressar esse tête-à-tête. Descreveram-na como alguém elegante, a fazer uso de roupagens clássicas... seria de fato? Qual nada, mera especulação; há os que a descrevem por exibir faces e petrechos estereotipados. Não obstante aconselharam-me um bem trajar; imaginai: eu um tardio handsome!

Contudo, questiono: por que Certeza? Pois foi desse modo que ela a mim se apresentou. Mas o que significa? Convicção? De fato, na Certeza não há espaço para opiniões. Teria algo a ver com o Absoluto? Dizem-no verdadeiro. O Absoluto me parece único... Certeza absoluta seria pleonasmo. Adjetivos são substantivados, substantivos surgem, adjetivos se insurgem. Hilário (por que não ridículo?) é como seres humanos se valem de eufemismos para reportarem-se ao que lhes perturbam, assustam...  

E nesse meu vaguear caótico ainda penso em apelar à lógica; busco premissas maiores e/ou menores... O silogismo carece de antecedentes, de consequentes. Fado? Falta de sorte? E ficamos à mercê de um depoimento entimemático: a tal Certeza não é outra senão a Morte!             

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