A primeira vez que ouvi o termo era ainda menino; meu pai o usou em conversa com um de nossos vizinhos. Mesmo sem conhecer seu significado, o vocábulo pareceu-me - e ainda parece - elegante, de agradável sonoridade e bem acorde com situações ou pessoas de destaque. No entanto, eu não dispunha de um dicionário; não deveria interromper a conversa dos adultos. Pus-me, então, na condição de atento ouvinte, a buscar exata definição para a palavra.
Meu pai e seu interlocutor diziam que,
em geral, são solitários, mas sob certas circunstâncias, tornam-se abundantes, modificam
comportamentos e hábitos a ponto de andarem aos bandos. Nesse momento, inferi
que, na verdade, tratava-se de pessoas com maus hábitos. Sim, seriam pessoas
famosas graças a seus maus costumes. Papai e seu vizinho prosseguiram em suas
considerações; disseram que a lacusta a tudo devora, invade, consome e por fim
evade-se. Enfim, seria uma chaga, um mal que precisava ser eliminado, um câncer
a ser extirpado.
Em face do conceito apresentado, entendi:
eles falavam de políticos!
O vocábulo utilizado hoje para tais definições é outro, mas as características e seus efeitos desastrosos permanecem, ou seja, tudo como dantes no quartel de abrantes, como se diz popularmente.
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