quinta-feira, 14 de abril de 2022

Da liberdade libertária

 

Gostais de ser livre? Prezais pela liberdade? De fato? Então esquecei o discurso apologético que pugna por uma irrestrita liberdade. O ser social, o socius, ao ter consciência de sua sociabilidade, abdica do libertarismo. O libertarismo não reconhece qualquer autoridade, inclusive a do Estado. Ora, por que a existência de leis? Para pôr limites à liberdade. A irrestrita liberdade é fruto de delírio; se existisse extinguiria toda e qualquer sociedade. O libertário é anarquista, e este desconhece responsabilidade. Todo e qualquer ser humano, quando em sociedade, está condenado a abrir mão de parte de sua liberdade. Essa história de que o “ser humano está condenado a ser livre” é fruto de uma imaginação torpe, imaginação esta que enamorou-se do existencialismo, mas que carrega em si os miasmas do comunismo. Enfim, traveste-se de humanismo, mas na realidade não passa de um sofrível e fracassado messianismo. O discurso fala em respeito ao outro. Como? Aquele que faz o que quer não se preocupa com o próximo. Suponhamos a existência da propalada liberdade; ela se confundiria com a mesma liberdade da raposa quando no galinheiro. Afinal, fazer o que quer é sinônimo de liberdade? Quantas raposas seriam necessárias para a extinção deste enorme galinheiro?   

Atentai! Esta tal liberdade faz com que a juventude negue-se ao conhecimento; faz com que crianças não aceitem a educação dos respectivos pais; permite que alunos agridam professores; incita o cidadão a não respeitar leis; estimula o desacato a qualquer figura que emane autoridade, a não ser a autoridade que se vincule ao poder, à força. Que coisa curiosa: Os princípios do libertarismo estão implícitos nas normas exaradas pelo próprio Estado. Bem, o Estado, há muito, vem sendo manipulado, aparelhado. Sim, a interferência do Estado na criação, nas relações familiares, na educação, na sexualidade, na cultura, na religiosidade, no expressar de opiniões é algo protocolar; serve para pavimentar o caminho que desaguará em lamentável anarquismo. O auto flagelar-se da sociedade implica, iniludivelmente, auto extinção. Que Deus nos ajude!

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