sexta-feira, 1 de abril de 2022

Uma guerra estimulada


Era uma vez um cidadão chamado Hunter Biden, advogado e lobista, sócio de uma empresa de consultoria internacional, a Rosemont Seneca Partners. Ele também atua no conselho da Burisma Holdings, empresa ucraniana produtora de gás. Bem, sabe-se que grande parte do gás utilizado em toda a Europa tem origem na Rússia. Este o primeiro obstáculo para o crescimento da empresa ucraniana, ou melhor, para Mr. Biden disponibilizar o gás ucraniano para toda a Europa. E como fazê-lo? Putin, já em 2014, reanexara a Criméia, território ucraniano. O governo russo quer aumentar a zona de influência soviética. Como resolver o impasse? Sim, seu pai, Joe Biden, político de carreira, tinha pretensões de ocupar a Casa Branca. Por que não uma ajudinha? Hunter Biden fez-se mais próximo da Rússia, do presidente Vladimir Putin, bem como de empresários russos. Lá, ele contratou hackers para interferirem nas eleições presidenciais dos Estados Unidos, de modo a transformar papai Biden em presidente. Se desse alguma coisa errada, a Rússia seria responsabilizada. E parece que, apesar das muitas reclamações de Donald Trump, tudo acabou dando certo: papai foi catapultado ao Salão Oval.

Por outro lado, na Ucrânia, um ex-humorista fora eleito para a presidência. Este, Volodymyr Zelensky, esforça-se por disfarçar sua faceta neonazista. Sim, ele apoia as ações de seguidores que perseguem ciganos e também judeus. Hunter Biden, de modo pragmático, ocupa-se apenas com os lucros; não há a menor preocupação com o “pogrom” executado pelos ucranianos. Mas como fazer para lançar a Ucrânia no cenário mundial, apesar das perversões de Zelensky e seus eleitores? Papai Biden teve uma excelente ideia! “Sim, é isso: façamos com que Putin invada a Ucrânia, pois a Rússia não aceitaria a Ucrânia com soberania independente”. Mas como provocar Putin? A Ucrânia deveria tornar-se membro da OTAN.

A OTAN, uma aliança militar, fora criada para estabelecer limites à influência soviética quando na Guerra Fria. Sim, agora a estratégia ocidental entendia que o leste europeu precisava tomar vulto. Isso deixaria Putin acuado. Muito embora a retomada da Criméia, a Rússia ver-se-ia comprometida econômica e estrategicamente; ela ficaria isolada da Europa e teria barrada sua saída para o Mar Negro. Sim, como membro da OTAN, a Ucrânia estaria segura e prestaria “inestimável favor” aos aliados: Os Estados Unidos, por certo, lá instalariam uma base militar - quem sabe desfrutar de uma tardia justiça pelo fato de ter a Rússia colocado mísseis em Cuba, nos anos sessentas, e ter tirado o sono de John F. Kennedy?  

Ao tentar impedir este desastre geopolítico, a Rússia ficaria mal vista diante de todas as nações, pois estaria mais uma vez invadindo o país vizinho, uma nação irmã. Para que o plano desse certo, no entanto, o presidente Biden precisava do apoio de líderes europeus. Logo, reuniu-se com Boris Johnson (primeiro ministro inglês), Emmanuel Macron (presidente francês), Olaf Scholz (o sucessor de Angela Merkel na Alemanha) e representantes dos demais países membros da OTAN. O mote da conversa seria: “Não nos preocupemos com o gás russo; que tal o gás ucraniano para abastecer toda a Europa?” Nada obstante, por trás de todo esse enredo macabro, pode-se perceber a arquitetura geopolítica de uma eminência parda: a Nova Ordem Mundial.

Apesar de todas as ameaças, Vladimir Putin não se deixou abater. Eis as “Razões de Estado” defendidas pelo Cardeal de Richelieu. O que antes não passava de movimentação de tropas, recurso utilizado para atemorizar o governo ucraniano, culminou em invasão. Mas a guerra fora anunciada muito antes de seu início. Havia uma quase que propaganda diária feita pelas agências de notícias. Inclusive, muitos embaixadores estrangeiros, lotados na Ucrânia, concederam entrevistas e falavam da tranquilidade nas ruas de Kiev. Bem, com a invasão, de fato, - objetivo alcançado pelos europeus - a Rússia, deveria ser demonizada, odiada por todas as nações. Como? Simples, tornando os invasores em bárbaros.

De início, Putin declarou estar lutando para desnazificar a Ucrânia. Os alvos do exército russo, portanto, voltam-se às bases militares ucranianas, a depósitos de armamentos, a invasão e tomada de gasodutos. Uma curiosidade: Por que os militares russos não priorizaram a tomada de usinas atômicas? Bem, mas reportagens e cenas de ataques feitos a civis, a colégios, hospitais, igrejas, creches, etc. abundam os noticiários em todo o mundo. Na mesa de negociações a Rússia aceita estabelecer tréguas, desde que os corredores humanitários conduzam os refugiados para solo russo. Por que? Os invasores querem abrigar civis inimigos?

Ora, apesar dos ataques mostrarem-se aleatórios, um hotel no centro de Kiev, que abriga toda a imprensa internacional, permaneceu e permanece intacto. Sorte? Coincidência? Não. Busquemos saber que civis morreram nesses bombardeios. Eram ciganos, seus descendentes e familiares; eram judeus, seus respectivos descendentes e familiares. Zelensky está realizando uma eugenia com o apoio do ocidente; ele garante estar atacando somente separatistas, simpáticos a Moscou e partidários do ex-presidente Yanukovych. Apenas dois jornalistas foram assassinados. Por que razão? Certamente pretendiam contar ao mundo a verdade sobre o ataque a civis. Uma jornalista francesa está sendo perseguida por não se render aos interesses das agências de notícias. Dois militares ucranianos de alta patente foram presos e acusados de traição pelo presidente humorista. Como? Que tipo de traição? Decerto os militares recusaram-se a representar a comédia conduzida por Zelensky e os aliados ocidentais.

E tiveram lugar sanções econômicas, políticas, sociais e até esportivas, propostas pelos membros da OTAN e da ONU. Um estranho consenso entre países europeus e Estados Unidos ameaçam a Rússia com a expulsão do G20. O Conselho de Segurança da ONU reuniu-se em caráter emergencial para condenar a invasão, mas foi impedido pela Rússia, membro efetivo, que detém poder de veto. Sergey Lavrov, Ministro das Relações Exteriores, procura esclarecer a série de acusações infundadas que correm pelo mundo, via imprensa. O embaixador da Rússia no Canadá, através de uma carta aberta, aponta as notícias falsas partilhadas pelos ocidentais.

Curiosamente, não se tem, nem de modo aproximado, um número de baixas para o exército russo; só sabemos das mortes de civis ucranianos. Que tipo de guerra é essa que só se registra as mortes civis de um único combatente? Zelensky sempre aparece nos noticiários, com modos afetados e a ressaltar sua posição de vítima, de injustiçado, de perseguido. Os jornais ocidentais, por unanimidade, enquanto disseminam notícias de um possível uso de armas químicas e/ou nucleares por parte dos russos, fazem do exército ucraniano, um exército de heróis; fazem do povo ucraniano, vítimas de um maníaco assassino. Biden já declarou que Putin deveria deixar a presidência da Rússia (isso seria bem oportuno, não?). Donald Trump veio a público e pediu a Putin que diga ao mundo quem é Hunter Biden. Que bom seria para todos!

Feliz ou infelizmente, em face dos constantes ataques, o gás da Ucrânia não chegou a Europa. Os soviéticos continuam suprindo a zona do Euro com gás, mas ameaçam suspendê-lo caso verifique ataque por parte dos países membros da OTAN. A partir de 1º de abril, decreto do Kremlin determina que países hostis abram conta em banco russo para realizarem pagamento em rublos pelo gás adquirido. Isso visa minimizar os efeitos das sanções econômicas impostas pelos ocidentais. Quais seriam os países hostis? Ora, os Estados Unidos e demais membros da OTAN, a título de auxílio, - uma cínica solidariedade - enviam armamentos para as forças armadas ucranianas, prometem empréstimos de bilhões de dólares e comprometem-se a receber refugiados.

Uma última questão: a Rússia estaria isolada neste panorama bélico? Não, ela tem o apoio de Belarus, da China e, recentemente, a Coreia do Norte, com seu jeito furtivo de ser, lançou um míssil balístico com autonomia para chegar aos Estados Unidos. O dito míssil caiu no mar do Japão. King Jong-un, por certo, deve ter pensado: “O recado está dado!” Porém, creio que isso não faça parte dos projetos da família Biden.


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