sexta-feira, 30 de junho de 2023

Desafio

 

Certa operadora de telefonia lançou uma campanha. Diz-nos o slogan: “No dia dos namorados não envie mensagem; escreva uma carta!” Eis um primeiro desafio. Será que as pessoas ainda sabem escrever uma carta? Preocupo-me sobretudo com as recentes gerações. Sim, minha pergunta é assaz pertinente. E estou longe de exigir linguagem escorreita; refiro-me apenas à singela união de sujeito, verbo e predicado... Outro desassossego: Serão os jovens capazes de expressar sentimentos? Ficariam tais declarações afeitas somente à terminologia esdrúxula tão comum nas redes sociais? Seriam os pronomes devidamente utilizados? Será que teremos, pelo menos, lúdicas concordâncias verbal e nominal? Ou vamos apenas atestar a hecatombe de uma língua outrora considerada bela e quase perfeita?

Um segundo desafio: cartas pressupõem seus respectivos envios. Será que a Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos ainda faz uso de tal prática?     

Perversão idiomática

 

A manipulação vocabular e a degeneração conceitual da linguagem são típicos de regimes totalitários. Se quiserdes exemplos da praticada degeneração, ei-los: democracia, direitos humanos, censura, liberdade, interpretação, conjectura, etc., etc., etc. O identitarismo, tão em voga nos dias atuais, ou seja, atribuir características para diferenciar (excluir, demonizar) alguém, independentemente se a dita pessoa exemplifica ou reúne tais atributos, é mero recurso ideológico. Modelos de identitarismo? Não vos esqueçais dos verbetes acrescidos de fobia. O termo fobia - do grego fóbos - por sua vez, tornou-se sufixo, praticamente abandonando a acepção original de medo, para assimilar cada vez mais o significado de aversão e/ou algo patológico. Seria esse o motivo pelo qual o abandono da leitura esteja sendo implementado, estimulado?

Politicamente correto, o que é?

 


Mais uma das muitas perversões idiomáticas, na verdade, ferramenta utilizada pela esquerda para corroborar o discurso (falácia) que diz lutar em defesa da dignidade de grupos tidos por desfavorecidos e/ou discriminados. Nele percebe-se claramente o ranço da doutrina de Gramsci, haja vista a interferência no plano cultural, de modo a estabelecer novos comportamentos e valores. A ferramenta objetiva a divisão da sociedade, que deve ficar polarizada, onde uns serão tidos por algozes e os outros vítimas. Os que se colocam contra tais recursos serão perseguidos sociopoliticamente a acumular adjetivos (objetos do identitarismo). A ciência jurídica está sendo utilizada para julgar e criminalizar os opositores desta marmota (artimanha). Os direitos humanos, por sua vez, nada mais são do que interpretações tendenciosas dos direitos fundamentais dispostos pela Revolução Francesa, aplicados neste mesmo contexto. Buscai, antes de tudo, observar as ações dos grupos que dizem-se defensores da dignidade, direitos e liberdades.  

Diagnose

 

Na falta do que fazer, ou melhor, ter o nada por fazer permitiu-me o desfrute de promissora ociosidade frente a TV. Notícias? Não, somente desgraças: assaltos, roubos, furtos, drogas, acidentes... Enfim, tudo que não deve fazer parte de um cotidiano saudável. Todavia, surpreende-me inda mais a carga comercial que alavanca e sustenta aquele repertório de deformações. Sim, a começar por removedores de sujeira. Depois vêm as fraldas para bebês. Algures, alguém oferece lanches, isto é, o mau hábito alimentar dos fast-foods. E em meio ao anúncio da rede que promete bons preços na aquisição de determinados presentes, surgem os divulgadores maquiados de ciência. Como? Explico-me! São oferecidas vitaminas, a reposição diária de energéticos; existem xaropes para todo tipo de tosse; creme dental com efeitos mágicos; o creme que hidrata o corpo, a pele; colírio para que os olhos não fiquem ressecados; aqueloutro promete acabar com as rugas, citando, inclusive, a lei da gravidade newtoniana. O mais curioso é que todos usam como recurso a descrição de seus componentes e respectivas atuações. Puxa vida, mas quanta informação! Ou seria protocolar desinformação? Estaríamos diante de verdades axiomáticas? Constato, e com grande pesar, que o discorrer científico auxilia na técnica de merchandising. Estariam as pessoas, de fato, interessadas em assimilar tais conhecimentos? Ah, e por se tratar de medicamentos, o aviso: “Em não desaparecendo os sintomas, o médico deverá ser consultado!” Pasmo, sou levado a identificar mais uma faceta da pós-modernidade: por conta da banalização da ciência, as pessoas não mais sabem viver sem um diagnóstico!

quinta-feira, 22 de junho de 2023

Concessão

 

É de fazer espécie o fato de as emissoras de televisão abertas, em geral, apresentarem sempre uma mesma linha de programação. Sim, as TVs são concessões, isto é, elas desfrutam do privilégio, de autorização do governo para exploração, o que, por conseguinte, pressupõe uma contrapartida. O que se deve esperar de um governo que expede uma licença/autorização de funcionamento para emissoras com alcance e que exercem tamanha influência? Faz-se mister reclamar vossa atenção para o fato de que a concessão é a cessão do que se pode recusar. Atenção: esta última declaração nada tem a ver com censura! Ora, já que o discurso político revela tanta preocupação com a educação e cultura do povo, por que não lançar mão do recurso para promover a tão decantada educação?

Todavia, o que se nos apresenta, de fato, é um mecanismo extremamente sofisticado, cujo objetivo precípuo é alienar possíveis telespectadores. Os telejornais, por exemplo, em suas múltiplas edições, mostram-se tendenciosos e a esbanjar doutrinas; há como que uma preocupação em fazer apologia a uns em detrimento a outros; notícias chegam sempre editadas, interpretadas, manipuladas. Programas de entrevistas e/ou talk-shows revelam esta mesma faceta, até porque os convidados são “parceiros” ideológicos. E a alucinação não para por aí, pois ferramentas outras são ainda disponibilizadas. No caso do humor, este cedeu espaço ao ridículo de piadas repletas de disfarçada obscenidade; o stand up agora é a tônica.

Viraram moda os reality-shows: a hipocrisia mascarada de seriedade; usados para a divulgação e implementação do politicamente correto. Os musicais (fantasiados de concursos ou não) acompanham o mesmo tônus messiânico que se mostram a favor dos desfavorecidos. Telenovelas e minisséries: recursos didáticos para se deformar toda uma nação; uma excrecência que demoniza valores. Os filmes, em geral, disseminam a bandidolatria e o democídio. Os documentários, por sua vez, que deveriam estar à serviço da informação ou da ciência, também manifestam forte cunho ideológico. Programas policiais empenham-se em divulgar o barbarismo no qual a população está imersa. Mas a programação Top da TV aberta em nosso país são as fofocas. Creio que a tentativa capenga de “competir” com as redes sociais fez com que as emissoras lançassem mão de pseudo “influencers” para mexericar a vida dos famosos. Na falta de um melhor termo, eu diria lamentável.

Então a pergunta: onde a preocupação do Estado com seu povo, com sua cultura, com os jovens e sua respectiva educação? Onde os programas eminentemente educativos? (Não a doutrinação) Onde os programas infantis? Os “desenhos animados”, os lúdicos concursos, as apresentações circenses, os programas de perguntas e respostas, os musicais voltados à infância, a dança, as apresentações artísticas, o estímulo às artes, as peças teatrais infantis? O curioso é que essas mesmas emissoras levam ao ar programas em que psicólogos (especialistas) defendem a educação e formação infanto-juvenis como fundamento para um mundo melhor. Será que nos será dado apenas o direito de sorrir de toda essa baboseira?

quarta-feira, 21 de junho de 2023

Saudável

 


Consegui! Enfim a chácara: um pedaço de terra para chamar de minha. É bom respirar naquele ambiente de paisagem esverdeada; é sadio plantar, colher, ver as hortaliças brotarem. Há um quê de beleza em ver as árvores florescerem, frutificarem... O verdor relaxa, traz alento. O longínquo conforta; lá “escuto o silêncio das línguas cansadas”. Assim me sinto. Dizem que recriei um determinado sitio de infância. De fato? Se assim o for, sinto-me ditoso. Não só o meu viver, mas minha alimentação viu-se saudável: frutas, raízes, grãos, legumes, verduras, hortaliças viçosas e tenras.

Alguma coisa que desabone tal descrição? Essa pretensa cópia de um pedaço do paraíso? Há um viver que deve ser compartilhado: a vida animal, os verdadeiros donos da terra. De vez em quando um lagarto, uma cobra; acolá um gato-do-mato, o caçar inclemente de gaviões. São pássaros vários; maitacas em seu contumaz alvoroço. Sim, e os insetos: aranhas, besouros, borboletas de variegadas cores, abelhas, etc. Não esquecer do frequente coaxar de rãs e sapos logo que a luz do Sol dá início a sua magnífica despedida. A isso soma-se o romântico estridular de grilos.

Depois de quase um ano, cobravam-me a inauguração da chácara. E assim o fiz. Mas as pessoas parecem não estarem preparadas para um reconviver com a natureza; desprezaram de alguma forma os frutos que a terra lhes proporcionaria e trouxeram seus alimentos: carnes, conservas, frangos e peixes abatidos, crustáceos. E fartaram-se, e regalaram-se... Bem, como de costume, o dia seguinte. Então conhecemos o day after; tanto para mim quanto para o ambiente algo inusitado: surgiram moscas em abundância. Creio haver algum equívoco com a alimentação e o modus vivendi dos citadinos.  

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Pega-varetas

 

Eu e essa minha busca por analogias trouxe-me à memória o antigo e saudável jogo de varetas. Historicamente, o dito entretenimento, com o nome de Jonchet, já foi citado nos livros de Buda e data do século V a.C. O Mikato, de origem chinesa, similar, inclusive nas regras, ostentava varetas de marfim. As regras do jogo são simples: pegar uma vareta sem mover qualquer outra. Cada cor tem uma pontuação; ganha quem somar mais pontos.

E vem a pergunta que não quer calar: Enfim, a que se assemelha o referido jogo? A atualidade sugere-me uma sociedade de varetas; somos varetas. Temos que nos mover dentro desta sociedade sem tocar ou esbarrar no próximo (interpretado aqui como causar constrangimentos), mesmo que de modo acidental ou fortuito. A vitimização é modus operandi. As pessoas dizem-se aviltadas, ofendidas, intimidadas por qualquer coisa; atitudes são rotuladas de invasivas, desrespeitosas, preconceituosas.

A grande diferença para o vero jogo, o pega-varetas, é que nas sociedades hodiernas não há ganhadores; todos saem perdendo. Está cada vez mais difícil a convivência social. O que se pode observar é que o indivíduo foi de tal modo contemplado, que acabou por colocar seus interesses acima dos interesses da sociedade que o alberga. Egos se acham tão importantes que em nada querem ser incomodados. E quando o indivíduo não consegue projeção necessária, associa-se a um grupo dito “minoritário” para conseguir reconhecimento social. Infelizmente, tudo isso teve início com o entendimento equivocado do que seja liberdade.  

Uma curiosidade: esta sociedade que contempla o individualismo exacerbado é a mesma que clama por respeito, igualdade, fraternidade. Sorriamos nós, as varetas!

quinta-feira, 8 de junho de 2023

Status quo ante

 

É sobremodo preocupante o aumento da violência. E dentre as suas mais diversas manifestações, está a violência contra a mulher. Projetos de leis, os desdobramentos da “Maria da Penha”, severidade e rigor nas punições, medidas protetivas, etc., mostram-se, até o momento, como meros paliativos. Por que? Teriam os agressores consciência de seus atos? Seriam apenas impulsos? Seriam o simples expressar de consequências? Lidamos com estímulos? O que estaria originando tais desmandos? Debrucemo-nos, então, e de modo breve, sobre alguns milênios de nossa história.

Sim, habitávamos em árvores; nossos antepassados não se arriscavam no solo. A sociedade de então tinha como característica o matriarcado. O viver sobre galhos e ramos acabou por eximir os homens de maiores afazeres e construiu uma sociedade dependente da mulher. Porém, vivemos o advento do bipedalismo; não só ficamos de pé, mas também arriscamo-nos no solo. O ficar de pé mexeu em muito com a fisiologia humana. Houve um estreitamento no ilíaco e com isso as fortes dores no parto. As mulheres, portanto, tiveram seus organismos afetados. Já que de pé e com a visão mais utilizada, o olfato perdeu muito de sua importância. No solo os homens reconheceram-se mais senhores de si. As mulheres, mais dependentes e frágeis, haja vista as mudanças estruturais no organismo, dedicaram-se à educação dos filhos e a manutenção da família nuclear. Ao homem coube a defesa e a busca do alimento. Em decorrência, as sociedades tornaram-se patriarcais, não obstante o elemento feminino ser sempre mais numeroso.

Independentemente se relato mitológico (ou não), faz-se mister citar a antiga nação amazona, isto é, nação formada exclusivamente por mulheres guerreiras. Na historiografia greco-romana existem diversos relatos de invasões de amazonas na Anatólia. A palavra ama, constitutiva do termo amazona, significa mãe em seu sentido estrito e está relacionado às sociedades matriarcais. A palavra ha-mazan, de origem iraniana, significa lutando junto. Guerras, portanto, não faltavam. Havia a necessidade de combatentes. Logo, foi instituída a poligamia, pois quanto mais mulheres a parir, mais a possibilidade de filhos para lutar. E a sociedade a isso ajustou-se; a mulher foi ficando em segundo plano. O hábito masculino de ter amantes tornou-se, sem dúvida, uma questão cultural, ou, se assim o desejarem, conceitual. Todavia, o que nos torna seres históricos, é o fato de propor rupturas conceituais e/ou culturais.

E a ruptura chegou; reporto-me aos meados do século XX: o movimento feminista. Este movimento surgiu, a princípio, entre mulheres brancas e de classe média, na tentativa de assegurar direitos jurídicos e políticos, isto é, o direito ao voto e a uma vida profissional fora do lar. Contudo, salvo melhor engano, o movimento extrapolou, assimilou dimensões vultosas; a coisa parece querer estar próxima de um reviver da sociedade amazona. Sim, não está longe a sociedade feminista fazer visita (ou permitir-se visitar), uma vez ao ano, pela sociedade de machos, na expectativa de engravidar. E obviamente, os fetos do sexo masculino seriam descartados.

Exagero? Será? Há todo um arcabouço, um delineamento posto em prática. As mulheres já rejeitam os homens; preferem a companhia de outras mulheres. Feministas militantes reclamam do período menstrual e, ao fazerem-se de vítimas, comparam-se aos homens. O sexo masculino vem sendo gradativamente demonizado. Não só os recursos falaciosos do politicamente correto, mas também a mídia manipuladora está à serviço desta “minoria”. Desde alguns anos observa-se um processo de emasculação, processo este estimulado pelo que chamam “modismo”. Neste passo, sinto-me na obrigação reiterada de reclamar vossa atenção para o experimento de John B. Calhoun. Os desmandos sociais ora vividos foram observados no referido experimento realizado em 1947.

A tecnologia também, de certo modo, presta-se a este mister, pois parece haver “oportuno empenho” de câmeras de segurança para comprovar a violência masculina, se bem que imagens podem ser editadas e/ou interpretadas. É bom ter em mente que, com o bipedalismo, o gênero feminino deixou de exibir seu sexo; a relativização do olfato dificultou em muito a percepção do estro. Ora, mas os cosméticos associaram-se às práticas de sedução. Hodiernamente, a mulher empenha-se em seduzir, se bem que a sedução deixou de ser um fim em si mesma; sedução é apenas meio para um objetivo maior: a desmoralização, a demonização, a marginalização do gênero masculino. A terminologia vem trazer também seu óbulo à causa, pois o femicídio (ou feminicídio) apenas segrega e procura dar mais ênfase a uma espécie de crime com o qual convivemos desde sempre. As agressões físicas ou psicológicas, violências, estupros ou tentativas de estupros, assassinatos ou tentativas de assassinatos, permeiam os Códigos Penais da quase totalidade das nações.

Enfim, o que mais podemos esperar desta nova “casta” de amazonas? As mulheres não querem apenas disputar o mercado de trabalho; não querem ter só direito a exercer cargos públicos e ser destaque em posições de mando. Elas pretendem subestimar, dominar, escravizar os homens. Estariam os homens lutando por um status quo ante? Na verdade, estamos vivenciando, por parte das mulheres, o transcender de um estado antes existente. Uma sociedade de abelhas? Pode ser. Todavia, é bom ter em mente o pequeno detalhe que faz a grande diferença. Falo de natureza! Certamente, para atender aos reclamos da natureza, no instante em que houver o chamado do instinto maternal e as fecundações in vitro não mais preencherem as lacunas de uma noite de amor (ou seria apenas sexo?), os até então execrados homens far-se-ão presentes. E neste momento as mulheres quererão ser conquistadas, dominadas, possuídas.  

quinta-feira, 1 de junho de 2023

Oikos e nomos

 

E tudo começou com a deterioração do feudalismo. Neste sistema, a mão de obra era servil; os servos contentavam-se com a corveia, muito embora deterem total conhecimento sobre ferramentas e trabalhos desenvolvidos. O sistema feudal emprestava muito poder aos senhores feudais; poderes esses que transcendiam a autoridade dos reis, ou seja, do Estado. Os feudos, inclusive, tinham suas próprias leis. Era muito comum feudos guerrearem entre si, muito embora a mesma língua, costumes, cultura, etc. É bom ter em vista que a unificação dos feudos sob a tutela de um único soberano inspirou Niccolo Machiavelli para escrever “O Príncipe”.

Evidentemente que o Estado sentia-se incomodado com tal independência de seus súditos. Teve início, portanto, o protocolo de desestabilização do sistema feudal. O investir nas grandes navegações - meados do século XV - veio muito a calhar. O interior das nações esvaziou-se; o litoral passou a ser contemplado. Multidões acorreram para os burgos (cidades) litorâneos. Famílias uniram-se e deram início à empresas (indústrias). E surge o conceito de economia. Formada por termos gregos: oikos e nomos, ou seja, lar e leis. Sim, as primeiras empresas eram geridas de maneira familiar. Oikos nomos: regidas pelas normas da casa. Daí o termo Economia!

Então os burgos experimentaram um grande crescimento. Teve origem uma nova classe, a burguesia, isso é, antigos servos feudais que migraram para as cidades, criaram empresas segundo os próprios conhecimentos profissionais. Estabelecidos e reconhecidos pelos Estados, tornaram-se influentes, até porque obedeciam a uma única lei e pagavam seus impostos. A classe burguesa, portanto, nada mais é do que uma classe trabalhadora, outrora explorada por senhores feudais.

Mas sempre há os que se sentem incomodados. Sim, a classe burguesa experimentou grande avanço, pois que o enriquecimento de muitos tornou-se patente. Todavia, tal enriquecimento, deveu-se - também - a incontestáveis méritos. Porém, como o egoísmo parece estar presente no DNA humano, regendo, inclusive, as relações comerciais e de mercado, teve lugar uma campanha de demonização. A exploração profissional também tornou-se inconteste. Foi quando surgiu um “economista” com dons messiânicos.

De quem falamos? Lógico, todos sabemos. Seu primeiro engano: negou-se ficar submetido a um “determinismo religioso”; preferiu submeter-se a um determinismo material. Isso tem nome: apostasia! Em segundo lugar precisava reverter a situação, pois incomodava sobremaneira os imensos lucros obtidos pelos burgueses. A propriedade precisava ser extinta e todos os bens tornarem-se coletivos. O Estado precisava reassumir sua posição de destaque. Como? Simples! O retorno ao sistema feudal. A única diferença: o Estado seria um único senhor. E para arrebanhar prosélitos lançou mão do fastidioso slogan: “Trabalhadores, uni-vos!”

Aos ainda iludidos, fica aqui uma brevíssima história da economia.