quinta-feira, 8 de junho de 2023

Status quo ante

 

É sobremodo preocupante o aumento da violência. E dentre as suas mais diversas manifestações, está a violência contra a mulher. Projetos de leis, os desdobramentos da “Maria da Penha”, severidade e rigor nas punições, medidas protetivas, etc., mostram-se, até o momento, como meros paliativos. Por que? Teriam os agressores consciência de seus atos? Seriam apenas impulsos? Seriam o simples expressar de consequências? Lidamos com estímulos? O que estaria originando tais desmandos? Debrucemo-nos, então, e de modo breve, sobre alguns milênios de nossa história.

Sim, habitávamos em árvores; nossos antepassados não se arriscavam no solo. A sociedade de então tinha como característica o matriarcado. O viver sobre galhos e ramos acabou por eximir os homens de maiores afazeres e construiu uma sociedade dependente da mulher. Porém, vivemos o advento do bipedalismo; não só ficamos de pé, mas também arriscamo-nos no solo. O ficar de pé mexeu em muito com a fisiologia humana. Houve um estreitamento no ilíaco e com isso as fortes dores no parto. As mulheres, portanto, tiveram seus organismos afetados. Já que de pé e com a visão mais utilizada, o olfato perdeu muito de sua importância. No solo os homens reconheceram-se mais senhores de si. As mulheres, mais dependentes e frágeis, haja vista as mudanças estruturais no organismo, dedicaram-se à educação dos filhos e a manutenção da família nuclear. Ao homem coube a defesa e a busca do alimento. Em decorrência, as sociedades tornaram-se patriarcais, não obstante o elemento feminino ser sempre mais numeroso.

Independentemente se relato mitológico (ou não), faz-se mister citar a antiga nação amazona, isto é, nação formada exclusivamente por mulheres guerreiras. Na historiografia greco-romana existem diversos relatos de invasões de amazonas na Anatólia. A palavra ama, constitutiva do termo amazona, significa mãe em seu sentido estrito e está relacionado às sociedades matriarcais. A palavra ha-mazan, de origem iraniana, significa lutando junto. Guerras, portanto, não faltavam. Havia a necessidade de combatentes. Logo, foi instituída a poligamia, pois quanto mais mulheres a parir, mais a possibilidade de filhos para lutar. E a sociedade a isso ajustou-se; a mulher foi ficando em segundo plano. O hábito masculino de ter amantes tornou-se, sem dúvida, uma questão cultural, ou, se assim o desejarem, conceitual. Todavia, o que nos torna seres históricos, é o fato de propor rupturas conceituais e/ou culturais.

E a ruptura chegou; reporto-me aos meados do século XX: o movimento feminista. Este movimento surgiu, a princípio, entre mulheres brancas e de classe média, na tentativa de assegurar direitos jurídicos e políticos, isto é, o direito ao voto e a uma vida profissional fora do lar. Contudo, salvo melhor engano, o movimento extrapolou, assimilou dimensões vultosas; a coisa parece querer estar próxima de um reviver da sociedade amazona. Sim, não está longe a sociedade feminista fazer visita (ou permitir-se visitar), uma vez ao ano, pela sociedade de machos, na expectativa de engravidar. E obviamente, os fetos do sexo masculino seriam descartados.

Exagero? Será? Há todo um arcabouço, um delineamento posto em prática. As mulheres já rejeitam os homens; preferem a companhia de outras mulheres. Feministas militantes reclamam do período menstrual e, ao fazerem-se de vítimas, comparam-se aos homens. O sexo masculino vem sendo gradativamente demonizado. Não só os recursos falaciosos do politicamente correto, mas também a mídia manipuladora está à serviço desta “minoria”. Desde alguns anos observa-se um processo de emasculação, processo este estimulado pelo que chamam “modismo”. Neste passo, sinto-me na obrigação reiterada de reclamar vossa atenção para o experimento de John B. Calhoun. Os desmandos sociais ora vividos foram observados no referido experimento realizado em 1947.

A tecnologia também, de certo modo, presta-se a este mister, pois parece haver “oportuno empenho” de câmeras de segurança para comprovar a violência masculina, se bem que imagens podem ser editadas e/ou interpretadas. É bom ter em mente que, com o bipedalismo, o gênero feminino deixou de exibir seu sexo; a relativização do olfato dificultou em muito a percepção do estro. Ora, mas os cosméticos associaram-se às práticas de sedução. Hodiernamente, a mulher empenha-se em seduzir, se bem que a sedução deixou de ser um fim em si mesma; sedução é apenas meio para um objetivo maior: a desmoralização, a demonização, a marginalização do gênero masculino. A terminologia vem trazer também seu óbulo à causa, pois o femicídio (ou feminicídio) apenas segrega e procura dar mais ênfase a uma espécie de crime com o qual convivemos desde sempre. As agressões físicas ou psicológicas, violências, estupros ou tentativas de estupros, assassinatos ou tentativas de assassinatos, permeiam os Códigos Penais da quase totalidade das nações.

Enfim, o que mais podemos esperar desta nova “casta” de amazonas? As mulheres não querem apenas disputar o mercado de trabalho; não querem ter só direito a exercer cargos públicos e ser destaque em posições de mando. Elas pretendem subestimar, dominar, escravizar os homens. Estariam os homens lutando por um status quo ante? Na verdade, estamos vivenciando, por parte das mulheres, o transcender de um estado antes existente. Uma sociedade de abelhas? Pode ser. Todavia, é bom ter em mente o pequeno detalhe que faz a grande diferença. Falo de natureza! Certamente, para atender aos reclamos da natureza, no instante em que houver o chamado do instinto maternal e as fecundações in vitro não mais preencherem as lacunas de uma noite de amor (ou seria apenas sexo?), os até então execrados homens far-se-ão presentes. E neste momento as mulheres quererão ser conquistadas, dominadas, possuídas.  

Nenhum comentário:

Postar um comentário