segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Mãos e marcas

 

“A todos, os pequenos e os grandes, os ricos e os pobres, os livres e os escravos, faz que lhe seja dada certa marca sobre a mão direita, ou sobre a fronte ...  Aqui está a sabedoria. Aquele que tem entendimento calcule o número da besta, pois é o número do homem. Ora, esse número é seiscentos e sessenta e seis. (Apocalipse 13: 16,18)

Falemos de mãos, mas não a parafrasear o Monólogo das Mãos, de Giuseppe Ghiaroni, recitado à exaustão por Lúcio Mauro. Busquemos, portanto, outro enfoque, algo menos romantizado, mais pragmático. Enfim, examinemos o que representam as mãos: elas representam a vontade, força, poder, supremacia. É relevante ter em mente que a mão é o que dá forma às coisas, o que acaba por conferir poder ao ser humano. A mão, simbolicamente, exprime a ideia de atividade; mãos exercem domínio, potência, e, por sucedâneo, revelam o panorama moral do indivíduo que desempenha tais atividades.  

Agora falemos de marcas. A marca nada mais é que o sinal característico de um objeto para que este seja reconhecido; é um sinal distintivo, um símbolo, uma identificação. Marcas distinguem. Marcas são como assinaturas, são nada mais que representações. Conseguis entender que o panorama moral revelado por indivíduos que exercem atividades pode ser a própria marca?

Em relação à fronte, faz-se mister discorrer, mesmo que brevemente, sobre o TAU, a última letra do alfabeto hebraico. Os cristãos usam o sinal da cruz pela semelhança com a letra T. Esta revela valor simbólico; sinal colocado na fronte dos povos de Israel destacando-os como protegidos de Deus. A ausência deste sinal, também uma marca, significaria a falta de dignidade.

O número 666 – a numerologia era muita utilizada em se tratando dos alfabetos gregos e hebraicos – por sua vez, representa não só o imperador romano Nero, mas todo ser humano que retrate, através de suas atitudes, um panorama moral negativo. Ressalto aqui as palavras do próprio João: “... pois é número de homem.”

Em resumo: seres humanos e respectivos sectários que desempenhem poder ou atividade relevante, mas que revelem amoralidade ou imoralidade em suas condutas e/ou mostrem-se indignos da filiação divina, serão equiparados aos sequazes de um Nero, e estarão sujeitos às mesmas sanções reservadas aos párias.

Permito-me, outrossim, fazer minha conclusão: Se alguém enquadrar-se no viés degradante exposto neste texto, certamente Deus lhe acrescentará os flagelos descritos por João no Livro da Revelação.   

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