Houve
quem dissesse – ou profetizasse? – lá pelos idos do século XVIII, que se os
seres humanos seguissem à risca os preceitos da ciência, esta os tornariam felizes.
Somos felizes? Ou melhor, alguma vez fomos felizes? Parece-me que emprestaram
ao cientificismo um caráter divino, algo como uma apostasia. Eu poderia discorrer
sobre o conceito de felicidade desde os antigos gregos até a grande farsa
criada a partir da Revolução Francesa – falo na hipocrisia que atende pelo nome
de direitos humanos – mas não querendo tornar-me enfadonho, (conseguirei?) vou
tentar analisar perfunctoriamente ao que os seres humanos chamam ciência.
Já
percebestes que o que a humanidade entende por ciência cria apenas
expectativas? Vejamos: A medicina, de fato, cura? Ou o recurso das drogas são
paliativos que mascaram sintomas e acabam por gerar efeitos secundários? As indústrias farmacêuticas adoram este descalabro. Já
lestes uma bula? As recomendações são vastas; existem contraindicações,
cuidados, avisos, efeitos secundários... Ciência? Creio que não. A dita ciência
apenas cria expectativa, esperança naquele que nela deposita fé. E o que dizer
das ciências da natureza? Enfim, quem tem razão; Ptolomeu ou Copérnico? O mundo
é plano ou esférico? A Terra gira ou é
estática? Existe, de fato, uma Lei de Gravitação Universal? E a relatividade? Teorias
são criadas, corroboram uma a outra, excluem, superam, contradizem uma a outra.
E agora vem a Teoria Quântica pregar que não devemos buscar causas, pois que tudo
é aleatório. O que a física propõe, enfim? Somente a “esperança” de um dia
conhecermos os mistérios que nos cercam, de onde viemos e para onde vamos. E as
ciências ditas exatas? Afinal, entre o 0 e o 1 encontramos o infinito; como
entender o PI? Fazendo uso da lógica matemática cito: 1/0 tem como resultado um
número que se aproxima do infinito. Ciência exata? Parece-me que mais uma vez
estamos diante de expectativas, esperanças...
Outrossim,
ainda a falar das ciências naturais? Alimentos – ervas, frutos, tubérculos,
gorduras, etc. – que hoje são benéficos (os especuladores da indústria alimentícia
adoram isso), amanhã tornam-se vilões. Ciência? Mais uma vez constatamos a vã
esperança presente nos simplórios. E as ciência sociais? A sociologia carrega a
pretensão de entender a natureza humana... Eu diria, sem nenhum
constrangimento: Risível! A psicologia, à reboque, arroga-se em justificar todas
as atitudes e perversões humanas... Sem comentários. A filosofia, por sua vez, muito
embora não tratar-se de ciência, mas apenas de método, arvora-se em conhecer a
natureza humana. Se não fosse cômico, seria trágico. Direito não é ciência, mas exercício sofístico. Política não é ciência,
mas aberração. Enfim, o que nos sobrou? Mais uma vez a expectativa, a esperança.
A
propósito: Zeus, para punir os irmãos
Prometeu e Epimeteu, pois que estes apresentaram o fogo aos seres humanos, a
proporcionar-lhes assim capacidade de pensar, presenteou-os com uma pequena
jarra conduzida por bela mulher de nome Pandora. Pandora, a que possui todos os
dons; a que tudo dá, a que tudo tira. Este recipiente, quando aberto, liberaria
toda a sorte de malefícios para punir a humanidade. Sim, somente uma coisa
ficaria presa à tampa da jarra: a esperança!
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