O termo novo, além do ineditismo, da originalidade, pode significar também algo recente, o que sucede e atualiza o já existente. Todavia, não se deve confundir essa sucessão e/ou atualização como uma evolução linear. Intelectual, por sua vez, nos leva a imaginar pessoa ou pessoas com amplo domínio do intelecto; detentores de inteligência em atividade permanente; alguém com grande cultura. Fala-se também que o intelectual é aquele que produz pensamentos; pessoa que vive exclusivamente de seu intelecto. Contudo, será que semelhante descrição conceitual pode ser corroborada em dias atuais? Vejamos.
Se não me engano, toda essa nova casta
- faço uso do termo casta porque “os novos intelectuais” entendem-se como
classe privilegiada, e por isso mesmo desvinculado dos demais - tem uma origem
comum. A coisa teve início após a publicação do Manifesto Comunista em 1848. Ao
discurso marxista somou-se a hegemonia cultural proposta por Gramsci. Não vos
enganeis: nossa Semana da Arte de 22 foi fruto desta aberração. Estava,
portanto, levada a efeito a ruptura conceitual com o que os radicais chamam
arte burguesa. Por fim, em 1930, teve lugar a Escola de Frankfurt, com seu
programa interdisciplinar e materialista. O que vimos surgir? Uma teratocultura.
E a agressão tão marcante na arte - literatura, cinema, poesia, dança, pintura,
etc. - retrata apenas a decantada “Luta de Classes”.
As monstruosidades daí originadas,
através da falácia e de uma tacanha hermenêutica filosófica psicologista,
fizeram da catarse a única origem da arte. Com a desculpa de fugir à visão
burguesa de arte e cultura, jovens são doutrinados a abandonarem regras e
conhecimentos fundamentais à execução musical; são convocados ao olvido de
regras gramaticais na composição de textos; são instados ao empenho de criar
versos brancos no que chamam poesia; são conduzidos à pintura abstrata, se bem
que distante de qualquer abstração, valor e/ou sensibilidade; são intimados a
movimentos de corpos que exteriorizem sensualidade, como mais um recurso para
desacreditar valores e religiosidade . Não vos deixeis iludir: a excreção em
série deu origem a patente crise na criatividade. Basta observarmos que até
contos infantis são vítimas de “releituras”. Eis ai a hegemonia cultural
defendida por Gramsci.
Mais curioso ainda é perceber que a “emancipada”
juventude vive intensamente uma entropia e dela se nutre. É patente a desordem
em todo o sistema. Sim, contudo, eles - a juventude - convivem muito bem com os
males que lhes foram impostos, até porque são incapazes de perceber que a isso
foram conduzidos e estimulados. E vós me perguntais: quem está por trás disso?
A casta de que falamos; essa é sua função primordial.
Bem, então agora já podemos retomar o
conceito de “novos intelectuais”: arrogância humanoide, caracterizada pela
incapacidade de abstrair, e, por isso mesmo, a fazer uso de chavões e slogans,
dizendo promover rupturas, muito embora tenha por base criações batizadas de burguesas, a partir das quais estabelece um espúrio ineditismo.
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