A frase proferida pelo general romano Pompeu ainda no século I a.C., mostra-se sobremodo pertinente ao panorama marítimo brasileiro: “Navigare necesse, vivere non est necesse”. Com a tradução do poeta italiano Petrarca, no século XIV, a sentença passa a declarar: “Navegar é preciso”. Fernando Pessoa, por sua vez, entende o termo preciso no sentido de exatidão, pois navegar implica precisão, cálculos, o que de certo modo opõe-se à imprecisão da vida. Todavia, atenhamo-nos ao processo de expansão econômica objetivado pela Roma antiga: Navegar é necessário, é indispensável ao desenvolvimento de qualquer nação.
Nosso litoral soma mais de 7.000 km; a
carga movimentada corresponde apenas a 11% do total; temos 175 instalações
portuárias. Destas, apenas 8 se destacam e a maioria no sul e sudeste do país. Então
perguntamo-nos: O que está errado? O que pode melhorar? Voltemos, de início, nosso
olhar, às demais instalações: são portos subaproveitados, haja vista as más
administrações, a falta de insumos, o sucateamento de equipamentos, a falta de
dragagem nos canais. Nossas tarifas portuárias são caras e o serviço prestado
deixa muito a desejar. Pelo aspecto econômico, sabemos que portos bem
movimentados significam grande quantidade de empregos diretos e indiretos. A
modernização dos portos, seria, salvo melhor juízo, quase que condição sine qua non para melhoria de nosso
percentual de navegabilidade.
Por outro lado, a arte de navegar, que
pressupõe instrução (conhecimentos pontuais) carece de divulgação. Torna-se
imprescindível, portanto, difundir não só a profissão marítima, mas também despertar
o interesse da população em relação à Marinha Mercante; faz-se mister o amadurecimento
e conscientização no tocante à sua importância. Aos jovens deve ser apresentada
a vida marítima. A Marinha Mercante não deve ser encarada apenas como mais uma
oportunidade de emprego, mas como ferramenta relevante para modernização e
desenvolvimento do país.
A vós outros, que apesar de encantados
e seduzidos pelo mar, ainda persistis na hesitação, ouso utilizar-me de certa paráfrase,
com a devida vênia de Fernando Pessoa: “Para navegar, basta existir”.
O Peru com menos da metade de área costeira, com mais de 40 grandes portos tem na pesca uma de suas principais atividades econômicas e comerciais no exterior e parceiros fortes como o EUA. Falar o que?
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