O normal advém do usual, do habitual, torna-se regular e assume a condição de norma. A normalidade vincula-se ao cultural e cultura é algo dinâmico. Logo, pode-se inferir sucessivas normalidades. Toda normalidade é circunstancial; a normalidade é filha de seu tempo. Entretanto, entendo que a cada ser humano seja reservado o direito em optar por determinada normalidade. Existe uma normalidade que é minha, e de mais ninguém. Pode parecer exagero, mas não consigo conviver com a atual normalidade. Este “novo” normal soa-me agressivo, constrange-me, avilta-me. A cada nova normalidade, nova carga valorativa, e tais valores, ou desvalores, ou ainda não valores degradam-me, desonram-me, ... O mais incômodo, entretanto, reside no fato de que estes valores fazem-se acompanhar por discursos que dizem promover respeito ao próximo, justiça, liberdade, igualdade... (Por favor, não me tenham por mais um sequaz e/ou defensor da enorme farsa que atende pelo nome de Revolução Francesa).
Sim, os valores que servem de base ao
novo normal, muito embora a retórica afetada, buscam extinguir os laços
familiares. Contudo, duvido muito que seus defensores abram mão de quaisquer
benefícios - herança - deixados pelos pais. A pós-modernidade, com seu viés
contracultural (outro grande embuste, pois, em verdade, o movimento manifesta
tão somente o fracasso e o auto descontentamento do jovem em absorver,
assimilar padrões culturais - “tudo é vaidade e correr atrás do vento”) repete
à exaustão slogans e palavras de ordem que clamam por uma sociedade libertária;
exigem liberdade sem nenhuma responsabilidade. Muito embora a falácia do
respeito ao próximo, denigrem, zombam, escarnecem de religiões e de religiosos.
Clamam por respeito à vida, mas promovem encontros e caminhadas pela
legalização do aborto. Bradam, reclamam a atenção das autoridades no tocante à
liberação das drogas, mas dizem-se vítimas da sociedade como justificativa para
o fato de serem usuários. Manipulados por politiqueiros e suas respectivas
ideologias, defendem, sem o menor critério, as ditas minorias, que são apenas
massa de manobra para benefício de alguns canalhas.
Dito isso, pergunto-me: Será que tais
valores - o novo normal - os realizam? Por que o histórico de depressão? Por que
o aumento expressivo nos casos de suicídio dentre a juventude? Por favor,
corrigi-me se for o caso, mas o usual, o habitual, isto é, o normal deveria
desempenhar função mitigadora no trato com as dificuldades cotidianas. Infelizmente,
assim me parece, os defensores (estereótipos de insurgentes) deste novo normal
não conseguem perceber (estarei equivocado?) o quão ficou difícil a convivência
num mundo tradicionalmente complicado.
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