sexta-feira, 10 de junho de 2022

Minha antiquada normalidade

 

O normal advém do usual, do habitual, torna-se regular e assume a condição de norma. A normalidade vincula-se ao cultural e cultura é algo dinâmico. Logo, pode-se inferir sucessivas normalidades. Toda normalidade é circunstancial; a normalidade é filha de seu tempo. Entretanto, entendo que a cada ser humano seja reservado o direito em optar por determinada normalidade. Existe uma normalidade que é minha, e de mais ninguém. Pode parecer exagero, mas não consigo conviver com a atual normalidade. Este “novo” normal soa-me agressivo, constrange-me, avilta-me. A cada nova normalidade, nova carga valorativa, e tais valores, ou desvalores, ou ainda não valores degradam-me, desonram-me, ... O mais incômodo, entretanto, reside no fato de que estes valores fazem-se acompanhar por discursos que dizem promover respeito ao próximo, justiça, liberdade, igualdade... (Por favor, não me tenham por mais um sequaz e/ou defensor da enorme farsa que atende pelo nome de Revolução Francesa).

Sim, os valores que servem de base ao novo normal, muito embora a retórica afetada, buscam extinguir os laços familiares. Contudo, duvido muito que seus defensores abram mão de quaisquer benefícios - herança - deixados pelos pais. A pós-modernidade, com seu viés contracultural (outro grande embuste, pois, em verdade, o movimento manifesta tão somente o fracasso e o auto descontentamento do jovem em absorver, assimilar padrões culturais - “tudo é vaidade e correr atrás do vento”) repete à exaustão slogans e palavras de ordem que clamam por uma sociedade libertária; exigem liberdade sem nenhuma responsabilidade. Muito embora a falácia do respeito ao próximo, denigrem, zombam, escarnecem de religiões e de religiosos. Clamam por respeito à vida, mas promovem encontros e caminhadas pela legalização do aborto. Bradam, reclamam a atenção das autoridades no tocante à liberação das drogas, mas dizem-se vítimas da sociedade como justificativa para o fato de serem usuários. Manipulados por politiqueiros e suas respectivas ideologias, defendem, sem o menor critério, as ditas minorias, que são apenas massa de manobra para benefício de alguns canalhas.

Dito isso, pergunto-me: Será que tais valores - o novo normal - os realizam? Por que o histórico de depressão? Por que o aumento expressivo nos casos de suicídio dentre a juventude? Por favor, corrigi-me se for o caso, mas o usual, o habitual, isto é, o normal deveria desempenhar função mitigadora no trato com as dificuldades cotidianas. Infelizmente, assim me parece, os defensores (estereótipos de insurgentes) deste novo normal não conseguem perceber (estarei equivocado?) o quão ficou difícil a convivência num mundo tradicionalmente complicado.

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