Alcançamos a marca de 8 bilhões de pessoas a povoar este “mundão de meu Deus”. Motivos para comemorar? Estou certo que não; só mesmo a hipocrisia e/ou ignorância para encarar tal recorde com entusiasmo. As preocupações são várias. A mais ingênua seria no tocante ao aumento do peso do planeta em face do aumento da população. Mas isso não acontece, afinal Lavoisier estava certo: a massa que ontem esteve no solo é a mesma que hoje está na folha e a mesma que estará amanhã ou depois no organismo que a ingeriu. “Nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.
Contudo, algo grave parece reviver
Malthus e sua teoria: 830 milhões de pessoas passam fome no mundo, ou seja,
mais de 10% da população mundial. Independente da teoria malthusiana, da exaustão
ou não de recursos naturais e demais tentativas para apontar as supostas causas
da miséria alimentar, o fato permanece: mais de 10% da população passa fome. Não-declarados
seguidores de Malthus apontam, através de encontros teatrais, causas climáticas
advindas do aquecimento global como óbices à produção, e, por conseguinte, a
uma melhor distribuição de grãos. Os mais pragmáticos apontam o controle
populacional como solução. Outros falam em aborto, em eutanásia, etc. Seria, de
fato? Afinal, cumprimos uma determinação da natureza: “Sede fecundos e
multiplicai-vos!” (Gênesis 1: 22).
E como sempre existe um meio de piorar
o que já está mal, sinto-me na obrigação de vos fazer recordar John B. Calhoun.
Em 1947, em área pré-determinada, o etólogo construiu certo ambiente para criar
04 pares de ratos saudáveis; comida e água suficientes, temperatura constante.
Evidentemente teve lugar o aumento populacional num mesmo espaço físico. Então
foi observado não só o crescimento da agressividade, mas também o acréscimo no número
de machos rejeitados pelas fêmeas. Sem papel social definido, entre os machos,
percebeu-se o aumento considerável da homossexualidade, do estupro, da
canibalização. As próprias fêmeas passaram a demonstrar extrema violência com
seus filhotes. Doenças virais fizeram-se presentes... Bem, a taxa de
mortalidade atingiu 100%.
Atentai: muito embora a enorme
similaridade, o relato supracitado não se refere a qualquer sociedade humana. E
antes mesmo de buscardes culpado ou culpados para o quadro que vivenciamos,
perguntai-vos se o dito compromisso e rigorismo científico têm, de fato, sido
benéfico à humanidade. A ciência quer brincar de Deus; quer a tudo curar, a
todos salvar, quer a longevidade, a perpetuidade. A ciência perverte a natureza
com um discurso que alega preservá-la. Mascarada de tecnologia, a ciência diz
facilitar a vida humana, quando, na verdade, a torna mais e mais dependente. A
tecnologia escraviza! Não permitais o engano: Todo e qualquer conhecimento,
seja ele científico ou não, quando apartado da natureza, torna-se apenas
sofrível compêndio de egos.
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