Encantamo-nos com pouco, com nada...ou quase nada. Hollywood nos encanta: corpos musculosos enleva-nos, corpos sensuais seduz-nos, lábios bem desenhados em harmônicas faces extasia-nos. Estão criados os padrões de beleza. Para que divulgá-los? Óbvio, o consumo aumenta, a competição aumenta, a alienação alastra-se em proporções geométricas. Diz-se que beleza é harmonia e perfeição de formas. Dizem também que beleza é poder. Será? Vejamos! A mídia transforma meninas em Barbies ou em Cinderelas na busca por príncipes encantados. E a que custo? Salões de beleza, academias e clínicas de estética lotadas... O que almejam? Lábios carnudos, seios fartos e empinados, nádegas volumosas... E a mídia tem cumprido seu papel.
Os homens, por sua vez, desde a antiga
Grécia, têm granjeado corpos ágeis, fortes, velozes. As guerras assim o exigiam:
atletas robustos, seres com destreza, solidez, energia... As olimpíadas revelavam
novos heróis, novos mitos, novos deuses. Percebe-se então o despontar de uma
velada vaidade - rota filosofia eivada de irresponsável falácia declara que,
nesse caso, a vaidade é benéfica. Fato é que, independentemente de estar
vinculado ou não a esportes, o que subjaz em todo o processo é a busca por glória,
fama, poder.
Mas... os padrões de beleza estão
afeitos ao tempo; padrões aliam-se a modismos, a mutações, a demandas sociais.
Novos padrões, inclusive, veem a reboque de conflitos. A sociedade, por vezes,
parece cansar-se de certos estereótipos de beleza... Alguns dos membros -
servis - mergulham de cabeça; seria melhor dizer escravizam-se a novas
exigências. Outros, revoltados com a sociedade, colocam-se frontalmente contra
a mesma e, destarte, dedignam quaisquer imperativos estéticos. Então surgem os
esgares, ou o modismo de escárnio. São corpos cobertos de agressivos atavios, das
mais estranhas figuras, das mais bizarras pinturas. Despontam e proliferam os
tattoos. A contra-moda também angaria prosélitos. E a mídia, a serviço da Matrix, continua a
desempenhar seu papel de forma magistral.
Do exposto, pode-se inferir que, em
verdade, padrões de beleza - mesmo em face da patente degradação - não passam
de recursos. São disfarces, são personas, as máscaras, o fingimento; fingimento
este característico de toda e qualquer sociedade. (E alguém teve a infeliz
ideia de declarar que o ser humano é um animal social - pobre animal, pobre ser
humano, podre sociedade). A busca pela glória e fama, hodiernamente, é estimulada por selfies; postagens
em redes sociais tem por objeto angariar seguidores, likes, curtidas, etc. Rende-se
culto apenas às aparências, a uma exterioridade torpe e repulsiva, que visa, simplesmente,
dissimular a busca por um ignaro poder. E nada mais!
Pois é, primo. Nascemos perfeitos, pois, segundo consta, somos a imagem e semelhança de Deus e Deus e perfeito. O culto ao externo é pessoal, alguns querem a eterna face e forma juvenil, outros cobrem seus corpos de imagens de significado pessoal, tem gente que prefere deixar a natureza seguir seu curso (me representam). Não classifico de fúteis, acredito que estão em busca de algo maior que lhes traga a felicidade. Mas eu prefiro talhar meu ser em busca de meu engrandecimento interior, me fazendo melhor a cada dia deixando brilhar, cada vez mais, a minha Centelha Divina.
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