Procuro por referências, mas onde? Só no passado. O que de positivo a modernidade tem a oferecer? Desenvolvimento tecnocientífico? A arte como um todo? Programas socioeducativos? Seriedade nas políticas públicas? Uma melhor distribuição de rendas? Ora, fazei-me um favor! Tudo não passa de um extenso e cansativo blá-blá-blá. Mas aqui devo fazer um mea culpa; sim, durante anos permiti-me crer em narrativas mítico-enganosas. E com sério sentimento de culpa observo as novas gerações. Enfim, o que esperar de potenciais suicidas que em tudo reconhecem-se como vítimas; que se negam a cumprir normas e serem gerenciados; que pretendem usufruir de total liberdade, se bem que distantes de qualquer responsabilidade?
Recordo-me, então, que o ser humano
ainda precisa de heróis, de ídolos, de mitos. Todavia, onde encontrá-los? Mesmo
ciente de estar a cometer um grave erro de anacronismo, volto-me ao século XIX.
Oh Deus, quanta decepção! Imaginai que ao conversar com um jovem acerca dos
antigos personagens, disse-me ele que, ao invés de um D’Artagnan, preferiria
deixar o cavanhaque crescer, colocar uma venda no olho esquerdo, uma bandana na
cabeça, uma espada na cintura e encarnar Hook, o Capitão Gancho.
Tudo se resume a uma questão de
valores!
Nenhum comentário:
Postar um comentário