Eis
que no momento venho vos falar acerca da subserviência, bem como de suas
possíveis causas e desdobramentos. Ora, a subserviência está diretamente ligada
àqueles que têm propensão a obedecer cegamente; o servilismo típico dos que se fazem
voluntariamente escravos. E a primeira pergunta invade nossas mentes: Por que?
Percebei, este tipo de pessoa não se vê como escravo; ela é capaz, inclusive,
de verter incansável oratória em defesa da liberdade. A subserviência oculta-se
à percepção do subserviente; ela - a subserviência - é capaz de mostrar-se
transcendente ao entendimento daquele que a expõe e publiciza. E uma segunda
questão se nos torna incômoda: e qual seria sua origem? Simples, as pessoas que
manifestam tal faceta, personalíssima, em geral, têm ciência de sua própria inépcia,
muito embora sejam igualmente vitimados por excessiva vaidade. Ora, a excessiva
vaidade aliada à escassa inteligência, revela-se como mistura explosiva e
engendra a falta de dignidade. A falta de dignidade conduz seu detentor por
caminhos, eu diria ... tortuosos. O indigno busca criar situações em que possa
ser contemplado, e para isso não tem qualquer escrúpulo; ele busca apenas a
realização de seus desejos. Ele bajula, ele adula, ele abusa da lisonja. E o pior
de tudo é quando faz uso destes expedientes com um declarado apedeuta. Ao
conseguir seu intento, - seja uma posição de destaque na sociedade ou cargo que
lhe confira grande autoridade - o subserviente passa a nutrir pelo seu protetor
uma obediência cega, algo bem próximo do fanatismo. Eis porque ele não consegue
perceber-se subserviente; a baixeza provoca uma espécie de bloqueio cognitivo,
onde não há lugar para uma mínima autocrítica.
Lançando
mão de mero recurso didático para que melhor seja assimilado o conceito, passo,
agora, ao exemplo. Eu vos reclamo atenção para o fato de que não se trata de
hipótese, mas sim de exemplo. Ei-lo: Ricardo Lewandowski. A pessoa em questão
tornou-se Ministro do Supremo Tribunal Federal sem nunca ter sido aprovado em
qualquer concurso público. Ele propôs-se ficar à espera de nomeações durante
toda a vida, adulando aqui, bajulando ali, até culminar no STF. Sim, ele é o
exemplo vivo de subserviência, pois foi nomeado pelo ex-presidente e atual
presidiário Luís Inácio da Silva. O que ele é deve-se à política rasteira de
políticos inescrupulosos, o que por si só explica a subserviência. A
subserviência esteve presente na votação do impeachment, quando, em conluio com
o presidente do senado e a escória representativa, rasgou a Constituição;
documento que como ministro deveria defender e preservar. O STF, pelo menos
oficialmente, nunca se pronunciou a respeito. A subserviência está sempre
presente nas seções do STF, principalmente quando a pauta envolve nomes e
interesses do PT. E são atitudes de provocar o pasmo e o risível, dada às suas estroinices
acintosas que, em vão, buscam amparo numa hermenêutica jurídica claudicante.
Mas a subserviência é também eivada de arrogância. Vamos a mais um exemplo:
semana passada, um advogado também passageiro do mesmo voo que o pândego
ministro, ao exercer seu direito de livre expressão, declarou que o STF era uma
vergonha, que sentia-se envergonhado pelo que lá ocorria. Então o papalvo, do
auto de sua empáfia, do cimo do que ele julga ser autoridade incontestável, deu
ao verdadeiro cidadão voz de prisão. No entanto, ele se empenha para que o ilustre
presidiário de Curitiba, condenado em segunda instância, possa dar entrevistas a jornais e TVs, com o argumento
que defende a liberdade de expressão. Durma-se com um barulho desses! E o pior
é que recebe de outros ministros apoio e solidariedade. Amizade, respeito,
admiração ou corporativismo?
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