quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

Subserviência



Eis que no momento venho vos falar acerca da subserviência, bem como de suas possíveis causas e desdobramentos. Ora, a subserviência está diretamente ligada àqueles que têm propensão a obedecer cegamente; o servilismo típico dos que se fazem voluntariamente escravos. E a primeira pergunta invade nossas mentes: Por que? Percebei, este tipo de pessoa não se vê como escravo; ela é capaz, inclusive, de verter incansável oratória em defesa da liberdade. A subserviência oculta-se à percepção do subserviente; ela - a subserviência - é capaz de mostrar-se transcendente ao entendimento daquele que a expõe e publiciza. E uma segunda questão se nos torna incômoda: e qual seria sua origem? Simples, as pessoas que manifestam tal faceta, personalíssima, em geral, têm ciência de sua própria inépcia, muito embora sejam igualmente vitimados por excessiva vaidade. Ora, a excessiva vaidade aliada à escassa inteligência, revela-se como mistura explosiva e engendra a falta de dignidade. A falta de dignidade conduz seu detentor por caminhos, eu diria ... tortuosos. O indigno busca criar situações em que possa ser contemplado, e para isso não tem qualquer escrúpulo; ele busca apenas a realização de seus desejos. Ele bajula, ele adula, ele abusa da lisonja. E o pior de tudo é quando faz uso destes expedientes com um declarado apedeuta. Ao conseguir seu intento, - seja uma posição de destaque na sociedade ou cargo que lhe confira grande autoridade - o subserviente passa a nutrir pelo seu protetor uma obediência cega, algo bem próximo do fanatismo. Eis porque ele não consegue perceber-se subserviente; a baixeza provoca uma espécie de bloqueio cognitivo, onde não há lugar para uma mínima autocrítica.

Lançando mão de mero recurso didático para que melhor seja assimilado o conceito, passo, agora, ao exemplo. Eu vos reclamo atenção para o fato de que não se trata de hipótese, mas sim de exemplo. Ei-lo: Ricardo Lewandowski. A pessoa em questão tornou-se Ministro do Supremo Tribunal Federal sem nunca ter sido aprovado em qualquer concurso público. Ele propôs-se ficar à espera de nomeações durante toda a vida, adulando aqui, bajulando ali, até culminar no STF. Sim, ele é o exemplo vivo de subserviência, pois foi nomeado pelo ex-presidente e atual presidiário Luís Inácio da Silva. O que ele é deve-se à política rasteira de políticos inescrupulosos, o que por si só explica a subserviência. A subserviência esteve presente na votação do impeachment, quando, em conluio com o presidente do senado e a escória representativa, rasgou a Constituição; documento que como ministro deveria defender e preservar. O STF, pelo menos oficialmente, nunca se pronunciou a respeito. A subserviência está sempre presente nas seções do STF, principalmente quando a pauta envolve nomes e interesses do PT. E são atitudes de provocar o pasmo e o risível, dada às suas estroinices acintosas que, em vão, buscam amparo numa hermenêutica jurídica claudicante. Mas a subserviência é também eivada de arrogância. Vamos a mais um exemplo: semana passada, um advogado também passageiro do mesmo voo que o pândego ministro, ao exercer seu direito de livre expressão, declarou que o STF era uma vergonha, que sentia-se envergonhado pelo que lá ocorria. Então o papalvo, do auto de sua empáfia, do cimo do que ele julga ser autoridade incontestável, deu ao verdadeiro cidadão voz de prisão. No entanto, ele se empenha para que o ilustre presidiário de Curitiba, condenado em segunda instância, possa dar entrevistas a jornais e TVs, com o argumento que defende a liberdade de expressão. Durma-se com um barulho desses! E o pior é que recebe de outros ministros apoio e solidariedade. Amizade, respeito, admiração ou corporativismo?

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