I
Tinha
uma dor muito aguda
Um
homem. Veio o doutor,
E
disse: “Com três regrinhas
O
livro já dessa dor”.
Corre
a lançar mão da pena,
Eis
diz o enfermo a tremer:
“Ai!
Nada senhor doutor;
Antes penar
do que morrer!”
II
Uma
terra dizem que há,
Onde a
fome acerba e dura,
Cabo
dos médicos dá:
Por
que é isto? É porque lá
Pagam
somente a quem cura.
III
Homem
de gênio impaciente,
Tendo
uma dor infernal,
Pedia
para matar-se
Um
veneno ou um punhal.
“Não
há (lhe disse um vizinho,
Velho,
que pensava bem),
Não há
punhal ou veneno;
Mas o
médico aí vem”.
IV
Lê-se
numa sepultura
De
antiguidade Afonsina:
“Aqui
jaz quem não jazera,
Se
jazesse a medicina”.
V
“Fábio,
o meu dileto amigo,
(Dizia
Alfeu consternado),
Dos
médicos mais insignes
Está
já desamparado”.
– “Oh,
sai dali um sujeito,
De
circunspecta presença,
Feliz
se o desamparassem
No
princípio da doença!”
* * *
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