Sinto-me desconfortável em tratar de
semelhante tema, mas algumas coisas criam, por si mesmas, certas demandas. Esta
é uma delas! Conceituá-la? Talvez eu nem consiga... Não, em nada se assemelha
ao amor de carnaval, aquele que fala em “três dias de folia e brincadeira; você
pra lá e eu pra cá até quarta-feira”. Não foram apenas três ou quatro dias...
Pensando bem, esse ano “eu não brinquei, você também não brincou”. Fantasias?
Não ficaram guardadas; simplesmente não existiram! Mas houve máscaras, e
quantas... Pessoas usando máscaras. Como confiar em pessoas - personas
(máscaras) a usar máscaras? E como entender o isolamento que quer comunicar-se,
que quer convivência?
E fala-se em amor. Poderia, de fato,
existir o amor sem a convivência? Seria possível um love home? Como surgiria a
admiração entre pessoas - personas (máscaras) - que dispõem apenas de
relacionamentos virtuais? Teria lugar o respeito? A falta de confiança,
parece-me, subverte o amor. Mas, ... que digo eu? Limitei-me a observar o amor
pelo ponto de vista eminentemente humano. Há que se entender o amor como
sentimento que transcende toda humanidade; que de si mesmo alimenta-se; o amor
não se preocupa em ser amado, pois mantém-se à custa de sua própria substância.
Sim, embora de difícil compreensão, o amor simplesmente ama. Não nos preocupemos,
portanto, em conceituar o amor, conhecer sua essência ou entender seu porquê. O
amor é como a rosa de Silesius. Assim como o amor, “A rosa não tem porquê.
Floresce porque floresce. Não cuida de si mesma. Nem pergunta se alguém a
vê...”
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