As pessoas parecem não ver, ou fingem que não veem as diversas faces do Estado. Sim, redigiram uma Constituição tendenciosa, eivada de ideologia, preocupada em dificultar punições nos que se acreditam inatingíveis. Para isso, usaram como recurso leis que dizem proteger o povo menos esclarecido e de menor poder aquisitivo. Apesar de massa de manobra, esse povo precisava ver-se beneficiado. Foram tantas as vantagens aventadas que a dita “Constituição Cidadã” não cabe no nosso PIB. E qual seria a saída? Simples: incentiva-se a proliferação de ONGs. As Organizações Não Governamentais, pelo menos oficialmente, buscam dar cumprimento às “preocupações constitucionais”. Enfim, o Estado fez-se terceirizado. E aqui permito-me uma paráfrase: Triste da nação que precisa de ONGs!
Mas não paramos por aí. Temos ouvido reiteradamente
sobre a existência de um estado paralelo, principalmente nas grandes capitais
do país. Esse estado estaria ligado ao crime organizado. Ora, o Estado mesmo
nega a existência de tal paralelismo. Todavia, ao negar a existência de um
estado paralelo, ele praticamente está sendo permissivo com a existência do que
diz não existir. Sim, o Estado não pode concordar abertamente com a existência
da dimensão paralela, porque, na verdade, o estado dito paralelo não é
paralelo; ele faz parte do próprio Estado. Se assim não fosse, por que alguns
“gestores” do poder público, em nome da “democracia”, sentar-se-iam com os
chefões do crime organizado para estabelecerem uma trégua? Por que políticos
permitem ser financiados pelo crime organizado, se o crime organizado não
fizesse parte do Estado?
Uma outra face do Estado é revelado
pela milícia. Ora, quem compõe a milícia? Militares, policiais militares,
ex-militares, ex-policiais militares. Por que? Simples, a face oculta do poder
de polícia, que reveste-se de plena autoridade para dar combate ao crime. De
fato? Não! São apenas criminosos travestidos de autoridades, que buscam
recursos nas mais diversas atividades cíveis, pois necessitam destes recursos
para sobreviverem ao crime organizado que dizem combater. A milícia,
oficiosamente, tem suporte do próprio Estado, pois que este carece de quem lhes
execute o “serviço sujo”.
Bem, no momento só nos resta perguntar
pela verdadeira face de nosso Estado. E o que temos como resposta? Um
Frankenstein. Sim, eis a melhor imagem de uma nação que ainda não desaprendeu a
ser colônia, que não amadureceu, um país de Peter Pans, que prima pela
irresponsabilidade e disso se envaidece, que importa ideias e noções, que
mescla valores e ideologias as mais díspares, que brinca de democracia enquanto
seus políticos, juízes e gestores vilipendiam sua gente - o povo, o cidadão - e
também a própria nação.
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