Quando pensava já ter visto de tudo, pude testemunhar mais um dos inumeráveis desmandos do STF. Imaginai que Suas Excelências, ainda ontem, talvez porque a toga negra assemelhe-se a trajes eclesiásticos, decidiram brincar de párocos e discorrerem sobre teologia, ciência que, decididamente desconhecem. E o mais curioso: sequer preocuparam-se em demonstrar um mínimo de “notável saber teológico”. A imensa vaidade que vitima nossos preclaros ministros é símile ao desejo, pois que também desconhece a saciedade. O desejo de que falo em nada se parece com a vontade de saber, mas sim com o querer dominar, por limites, cercear liberdades. E vos pergunto: Mas não se trata de uma corte constitucional? E onde fica a constituição?
Há muito que o aclamado Superior
Tribunal Federal desvencilhou-se de qualquer compromisso constitucional.
Pode-se notar, e de modo patente, o envolvimento político da corte, pois em sua
decisão entendeu que as assembleias religiosas - não os bancos, ônibus, trens,
metrôs lotados, etc. - colaboram na disseminação do vírus pandêmico,
independente de seguirem as orientações sanitárias. Este burlesco e caótico
entremetimento na seara alheia faz com que a corte constitucional abandone seus
saberes jurídicos (bem limitados, cá entre nós) e adentre à esfera das ciências
físicas, das ciências exatas, das ciências sociais, arte e - a exemplo da
sessão realizada ontem - ciências teológicas. Alguns dos notáveis conseguiram
expelir (seria este o termo correto?) os resíduos protocolares de seus
excrementos mentais e fantasiaram-se de sacrílegos, de ateus, agnósticos. Se
bem que... eu diria que nossa corte vergou-se a um tipo inusitado de idolatria:
submeteram-se a Narciso: o deus da vaidade. Consequentemente praticaram uma
também singular heresia: apostasia jurídica!
O curioso - e por quê não pândego? -
em tudo isso é que os partidos de esquerda protocolaram um pedido de
impeachment do Presidente da República, pois este teria cometido crime de
responsabilidade ao tentar politizar as forças armadas. Nobody deserves. Ninguém
merece. Mas enfim, eis a pretendida democracia!
A pior ditadura é a da judiciário, pois com ela estabelecida, não há quem recorrer.
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