sábado, 22 de outubro de 2022

Apenas informações

 

Revisitamos a data de 33 a. C. Depois de quase um século de guerra civil, Roma estava à beira de um colapso. A proposta de Marco Antônio foi separar a República e assumir o Império Romano do Oriente, onde pudesse estar ao lado de sua amada Cleópatra. Otaviano, seu rival, herdeiro de Júlio Cesar, era totalmente contra a divisão da República Romana. Pois bem, ambos os lados deram início a uma guerra propagandística, onde disputavam apoio público e militar. Mas Otaviano revelou-se mestre na propaganda, pois tinha grande capacidade de influenciar o povo e o senado romano. Então tiveram lugar as notícias falsas. Atenção Alexandre de Moraes: as Fake News têm mais de 2000 anos de idade. O que Vossa Escrotância faria? Abriria inquérito? Ordem de prisão ao governante? Censura? Não, claro que não, “o corcunda sabe como se deita”.

De posse de certo documento que, segundo a administração pública de então, continha reivindicações e/ou declarações graves contra Marco Antônio, Otaviano conseguiu jogar todo o povo contra o amante de Cleópatra. Atenção STF: mesmo a contestar a realidade e até a existência de tal documento, magistrado algum da antiga Roma buscou o amparo de novos conceitos, coisas do tipo “Ecossistema de Desinformação”, para interferirem no processo, isso porque tais magistrados, afeitos a sabedoria popular, criam que: “não se deve meter o bedelho onde não se é chamado”.

E com o senado em suas mãos - até mesmo os aliados de Marco Antônio permitiram-se ao fascínio do déspota. Atenção: na época já haviam representantes do modelo de Ciro gomes, Simone Tebet, Geraldo Alckmin, Fernando Henrique Cardoso, etc., etc., etc. Dentre outras coisas, o suposto documento declarava que os três filhos de Cleópatra e Antônio herdariam grande parte do território romano. O filho que Cleópatra tivera com Júlio Cesar, Cesarião, seria o legítimo sucessor do trono de Roma, e não Otaviano, apenas filho adotivo. Todavia, o mais monstruoso aos olhos do povo romano foi o suposto desejo de Marco Antônio ser sepultado no mausoléu dos reis em Alexandria.

Com Marco Antônio e Cleópatra tornados traidores de Roma, começaram as perseguições e a guerra declarada pelo senado romano. Na batalha de Actium, em 31 a. C., Otaviano tornou-se o único governante de Roma e, em 27 a. C., o primeiro imperador, com o nome de Augusto Cesar. Marco Antônio morrera, dizem que em virtude do suicídio. Será? Cleópatra, por sua vez, ao permitir-se picar pela serpente, dirigiu a Otaviano suas últimas palavras: “Não serei levada como uma conquista”.

A título de moral da história: Os eventos se sucederam independente de intromissões. Se, à época, houvesse um simulacro de STF ou algum careca com pretensões autoritárias, teríamos o mesmo desfecho, porque algumas instituições e/ou pessoas, por mais que se autodeclarem como “importantes ou essenciais”, sempre serão tidas por coadjuvantes. O destaque que alguns atribuem a si mesmos, apenas reafirmam suas posições de meros figurantes.

Dixi! Tenho dito!

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