domingo, 30 de outubro de 2022

Breve análise poética

 

Byron, em seu sátiro poema acerca de Don Juan, declarara:

“Man, being reasonable, must get drunk;

The best of life is but intoxication;

Glory, the grape, love, gold, in these are sunk

The hopes of all men, and of every nation...”

 

Edgar Allan Poe, outro grande escritor e poeta, teria dito: “Bebo, pois ao beber o mundo se me torna acessível.”

Enfim, vinhos e cervejas foram criadas há 6 ou 7 mil anos. Seria a bebida recurso ou auxílio no suportar o cotidiano? Paliativo? Talvez.

E seria a vida tão complicada assim? Evidentemente que para esta temática abundam tanto otimistas quanto pessimistas. Ao obrigar-me a tomar uma posição, inclino-me ao pessimismo, e vós sabereis porque no decorrer desta brevíssima análise.  

Mas... voltando a Don Juan. Depois de ter lido o poema a ele dedicado, tem lugar algumas (poucas, mas suficientes, questões): Don Juan foi, de fato, um conquistador? Em dias atuais responderia a infinidade de processos por assédio? Ou não? Em verdade, Don Juan foi o assediado. E como nunca houve “fracassos” em sua “dedicada atuação”, a mulherada o amava, afinal era um homem razoável. Ora, então por que a necessidade da bebida pregada por Lord Byron? Sabemos bem, ou podemos imaginar, o que significa uma mulher sentir-se repudiada. “Bem atuar”, em face do sofrido e contumaz assédio, exigia do requestado amante um eterno fazer-se hipócrita. Portanto, sê bem vindo tal “cozimento medicinal”.

A última pergunta, creio. Por que Poe também enaltece a bebida? Simples: além da glória, do amor, do ouro, etc. em que se fundam as esperanças de todos os seres e nações, segundo Byron, convivemos com o egoísmo e o individualismo a declararem-se fraternais; partilhamos o dia-a-dia com a hipocrisia que sorri de tudo e a todos, a pretender com isso que nos tornemos mais um dos infames (ingênuos, parvos?) otimistas.    

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