Byron, em seu sátiro poema acerca de Don Juan, declarara:
“Man, being reasonable, must get drunk;
The best of life is but intoxication;
Glory, the grape, love, gold, in these are sunk
The hopes of all men, and of every nation...”
Edgar Allan Poe, outro grande escritor
e poeta, teria dito: “Bebo, pois ao beber o mundo se me torna acessível.”
Enfim, vinhos e cervejas foram criadas
há 6 ou 7 mil anos. Seria a bebida recurso ou auxílio no suportar o cotidiano?
Paliativo? Talvez.
E seria a vida tão complicada assim? Evidentemente
que para esta temática abundam tanto otimistas quanto pessimistas. Ao obrigar-me
a tomar uma posição, inclino-me ao pessimismo, e vós sabereis porque no
decorrer desta brevíssima análise.
Mas... voltando a Don Juan. Depois de
ter lido o poema a ele dedicado, tem lugar algumas (poucas, mas suficientes,
questões): Don Juan foi, de fato, um conquistador? Em dias atuais responderia a
infinidade de processos por assédio? Ou não? Em verdade, Don Juan foi o
assediado. E como nunca houve “fracassos” em sua “dedicada atuação”, a
mulherada o amava, afinal era um homem razoável. Ora, então por que a
necessidade da bebida pregada por Lord Byron? Sabemos bem, ou podemos imaginar,
o que significa uma mulher sentir-se repudiada. “Bem atuar”, em face do sofrido
e contumaz assédio, exigia do requestado amante um eterno fazer-se hipócrita. Portanto,
sê bem vindo tal “cozimento medicinal”.
A última pergunta, creio. Por que Poe
também enaltece a bebida? Simples: além da glória, do amor, do ouro, etc. em
que se fundam as esperanças de todos os seres e nações, segundo Byron, convivemos
com o egoísmo e o individualismo a declararem-se fraternais; partilhamos o
dia-a-dia com a hipocrisia que sorri de tudo e a todos, a pretender com isso
que nos tornemos mais um dos infames (ingênuos, parvos?) otimistas.
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