Comemorando o 22 de abril de 1500
Parabéns pra você!
Para você Brasil, que trás
no corpo a grandeza; que tem nos filhos servis heróis e abatidos guerreiros;
que se cobre de máculas e estigmas; que se veste de noiva ultrajada,
corrompida, violada; que tenta sacudir o jugo da tirania imposta por outros
filhos bastardos; que se torna ditoso em pequeninas realizações e se ufana em
quimeras de improbidades veladas.
Parabéns Brasil pelo teu
grande poder de acomodação; que aceita passivo “cármicos” desmandos; que se
perde em questiúnculas intestinas, deixando ao léu objetivos essenciais. Bravo
Brasil, que favorece a tão poucos e excluiu a tantos; que despreza o suor de
teus filhos, heróis anônimos, e enaltece o poder daqueles que te não amam.
Nesta data querida!
É nesta data, querida mãe,
que ensejamos um maior empenho; empenho em banir aqueles que primam pelo
descaso, que se locupletam nas torpezas, que buscam os próprios interesses ou
os dos poderosos, não-filhos, dos quais se tornam súditos e arautos. Nesta
data, rogamos para que teu lábaro tremule e te revele a verdadeira face, não
esta face que te mostra fleumática, quando na verdade sentes na carne o
vitupério dos filhos ingratos.
Muitas felicidades!
Felicidades, Ó Pátria Amada, é tudo que desejamos. Que
possas sorrir o longo sorriso de uma felicidade austera e não mais fingir uma
alegria de pálidos lábios; que possas cicatrizar em breve das chagas que tantos
vilipêndios causaram; que balsâmicos ares te envolvam e protejam, e não o odor
repulsivo de falsos ideais; que tua cultura se alastre e frutifique e não mais
assimiles os hábitos e valores de culturas outras, tão bizarras quanto
hediondas; que tuas “vilas, filas, favelas” se livrem da barbárie e, então,
juntos possamos partilhar desta felicidade.
Muitos anos de vida!
Que outros 512 anos
possamos comemorar, mas que fiquem no passado, hoje presente: a miséria, a
fome, o desemprego, a saúde em irreversível estado terminal, o analfabetismo
imposto e igualmente funcional, a imensurável exclusão social, a corrupção
institucionalizada, o arbítrio, o nepotismo, a falta de vontade política, o
caráter mesquinho de sua ditadura social travestida em sócio democracia. Que
outros cinco séculos te sejam suficientes para expurgar os vícios e imposturas.
Que tua síndrome, malgrado o disfarce de crise econômica, mas que sabemos ter
seus fundamentos numa carência ética, seja enfim sarada. Que declares desta
feita uma nova e veraz independência, objetivando o banimento da apatia e
subserviência. Que repenses os critérios de delegar teu poder àqueles que de
fato o mereça, para que a soberania seja exercida com justiça, lisura e
temperança.
Instamos para que saias de
teu íntimo exílio, e sejas para “os filhos deste solo”, enfim, a “Mãe Gentil”.
Parabéns
Brasil
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