O
nada quântico
De
acordo com algumas teorias modernas acerca da origem, a matéria se dissolve em
energia, e esta em algo desconhecido. Bem, quando os objetos materiais se
dissolvem, isto é, deixam de ter existência, resta-nos o espaço; nada mais que
espaço. Ora, a não existência ou a condição de perda da existência de um objeto
- epistemologicamente falando - implica em nada. O espaço, portanto, traduz-se
em nada. O nada seria um último estágio de degradação da matéria. O que é,
afinal, a irradiação atômica? A perda constante de elétrons, ou seja, a matéria
em desagregação. Elementos como o urânio - último da tabela periódica - perdem
constantemente seus elétrons; são eletronicamente instáveis e carregados
positivamente. Uma bomba atômica nada mais faz do que acelerar o processo de
transformação - matéria em energia.
Mas
este “nada” espaço, em verdade, é um “nada aparente”. Vejamos: se a matéria se
dissolve em energia, podemos indutivamente imaginar o processo inverso. A
matéria tem origem no espaço; o espaço seria o repositório de tudo quanto
existe, pois ele guarda em latência todos os elementos primordiais, bem como a
possibilidade da afinidade entre os mesmos. A matéria seria então uma
condensação do espaço. O espaço, portanto, tem massa.
Bem,
e como surge a matéria? O espaço se deforma quando em estado de tensão. O
estado de tensão provoca uma deformação. De acordo com o grau de deformação, o
espaço libera uma força respectiva, dando origem a um estado dinâmico. O
dinamismo, a potência, o trabalho realizado pelo espaço nada mais é do que uma
consequência desta “força” ou “energia”. O aumento desta força ou energia
aumentará o “estado dinâmico”, que por sua vez provocará uma condensação
natural do espaço através de vórtices. Movimentos intensos em pequenos vórtices
provocarão o adensamento de massa do espaço. Este espaço adensado e reduzido de
tamanho dará origem a mais simples e estável manifestação da matéria. Vale
reclamar a atenção para o fato: de um vórtice infinitamente pequeno resulta
certo valor conhecido como fóton gama. Pode-se dizer que um fóton é possuidor
de massa quântica, pois sua massa é infinitamente pequena. O fóton é um
concentrado de energia.
Quando este concentrado de
energia tange o núcleo atômico de um metal pesado qualquer imerso no espaço - esta
grande sopa cósmica - converte-se em um elétron e um pósitron (elétron de carga
positiva). Elétron e pósitron destroem-se ao se chocarem e convertem-se em
raios gama da alta intensidade de energia. Manuel Dopacio nos diz que estas
partículas infinitesimais projetadas no espaço à velocidade da luz traçam
trajetória vetorial, e ao tocarem o núcleo de um metal pesado - engolfado na
sopa cósmica - têm seus movimentos interrompidos, passando a girar sobre si
mesmas e adquirir massa. Nascem os átomos. O primeiro elemento, o hidrogênio,
apresenta apenas um elétron em sua órbita. Eis a matéria. Matéria é movimento.
Daqui
podemos inferir: a) que energia é um estágio intermediário entre espaço e
matéria; b) tudo, enquanto matéria - nós mesmos - é, em essência, espaço e
movimento. Espaço é onde vivemos, é o que respiramos, ele nos rodeia,
interpenetra nosso ser. As três dimensões de que dispomos são espaciais. Somos
manifestações espaciais; somos uma última consequência do espaço. Enfim, somos
espaço tornado fenômeno. O espaço em si é númeno; c) o espaço no estado de
tensão, quando no início da transformação, faz-se afeito ao tempo.
Creatio ex
nihilo.
Apesar
de todo empenho em demonstrar a origem da matéria através da teoria quântica,
uma pergunta ficou sem resposta: o que provoca a tensão necessária no espaço,
para que do mesmo surja a matéria, ratificando uma criação do nada - ex
nihilo? De início poderíamos entender Deus como pura energia, mas pudemos
ver que energia é só um medium na criação, a condição intermédia entre
espaço e matéria. Seria Deus o próprio espaço; onde tudo está latente, imerso,
ínsito? O espaço em si é um “nada aparente”, um nada quântico, um nada capaz de
tudo produzir, um nada prenhe de tudo. Não obstante, o espaço, quando no
momento da tensão, transformação, dinamismo, movimento, fica submetido ao
tempo. Eis nosso Deus. Deus é tempo! O pensamento criador de Deus é tempo. Somos
criaturas oriundas da combinação de elementos, que por sua vez são frutos da
combinação de outros elementos primordiais. E nós nos manifestamos como ajustes
de fenômenos, através de um espaço submetido ao tempo. O tempo é a ideia divina
em si.
Teoria
do TEMEM – O Tempo atua no Espaço pleno
de Massa, facultando Energia (movimento) que dá origem à Matéria.
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