quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Carta de sugestões




O presidente eleito tem mostrado grande preocupação em não cometer erros, pois que, segundo suas próprias declarações, isso possibilitaria o retorno dos partidos de esquerda, e, consequentemente, a reinstalação da instabilidade sócio-político-econômica, tão nociva ao país. Percebe-se igualmente, uma desmedida pressão das instituições que deveriam dar sustentação ao novo governo, isso porque o então candidato assimilou a fama de fascista, radical de direita, ditador, misógino, preconceituoso, racista, etc., estimulada pela esquerda que negava-se em abrir mão do antigo projeto de poder. O líder da esquerda, embora cumprindo pena, quer se manter no limbo, quer se perpetuar como cidadão exemplar, vítima de um conspiração que visava afastá-lo de concorrer ao cargo de chefe do executivo. Em não conseguindo o intento, tenta desacreditar o judiciário, alegando ser prisioneiro político. Todavia, buscou lançar, pela segunda vez, seu candidato estilo Linha Maginot, ou seja, alguém de sabida ineficiência, mas pronto para desempenhar o papel que lhe foi conferido. Com isso, o líder acreditava manter sob controle sobre seus correligionários e o destino do país.

Nada obstante, o que me causa espécie é a posição das instituições em relação ao futuro presidente, haja vista os discursos da PGR, do presidente do STF, das manobras difamatórias alimentadas pelo TSE, a atitude do presidente do Senado Federal e demais políticos não reeleitos. Como o então candidato não costurou alianças e declarou-se contra a prática de loteamento de cargos para conseguir apoio, as velhas e matreiras raposas da política, viciadas no detestável fisiologismo, e isso amparado pela falácia de “governo de coalisão”, declaram-se oposição. Atentai para um detalhe: em momento algum alguém citou, mesmo que por alto, preocupação com os rumos da nação. O que se observa são os mesmos discursos exaltados que versa sobre os direitos de alguém ou de determinado grupo. 

Minha sugestão ao novo presidente eleito faz-se no sentido de que ele observe somente o compromisso que ele tem consigo mesmo, compromisso este que fez questão de partilhar com o povo que o elegeu. Quanto à preocupação em cometer erros, cito o insuperável Hegel: “o medo de errar já pressupõe o próprio erro”. Que seja fiel aos seus princípios e valores que nortearam sua vida legislativa e sua campanha; o resto virá por acréscimo. Quanto àqueles que se dizem oposição, fica aqui mais uma sugestão: “mantenha os amigos por perto, mas os inimigos mais perto ainda”. Isso não quer dizer absolutamente em lhes dar qualquer cargo ou dispensar confiança; mantenha-os sob o olhar e controle. E tem cuidado com as velhas raposas que se dizem amigos e apoiadores; destes poderá vir o inesperado. Tende cautela em receber sugestões para compor os ministérios, afinal, um adágio popular me vem à mente: “dize-me com quem andas que eu te direi quem és”.

Um comentário:

  1. Está dado o recado capitão, acho que não precisamos desenhar, precisamos?

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