sábado, 5 de janeiro de 2019

Inferno carnavalesco



Inicio este breve texto tendo por base o relato de alguém que tinha sérios problemas em relação à religião, conquanto mantivesse postura irretocável. Machado de Assis, em seu leito de morte, recebera a visita de um amigo, que bastante preocupado com o quadro que se agravava celeremente, perguntou-lhe: “Posso chamar o padre?” Machado de Assis procurou esboçar um sorriso e respondeu: “Não seria coerente!”.

Bem, eu, mutatis mutandis, confesso que também tenho alguns problemas com as religiões. Não, eu nunca vi Jesus Cristo subir em qualquer goiabeira, mas o que se me torna incômodo é o fato de que, se algum representante da esquerda visse uma fada cheirando pó ou um duende apertando um baseado, encarariam tudo com a maior naturalidade. Meu Deus, o que a esquerda não faz! Imaginai: Manuela D’ávila assistindo missa, Fernando Haddad em busca de apoio dos evangélicos, Chico Buarque em conversa com o Papa Francisco. O que seria isso? Desespero, achincalhe, insensatez, cinismo ou incoerência?

Em face do exposto, devo lhes confessar que acredito não em Destino, não em Paraíso, mas em Inferno; um propósito, um inferno protocolar. Afinal, como sobreviver a tamanho descaramento como este que nos foi imposto pela esquerda? O que ainda pretendem do povo e da nação brasileira? Já desacreditaram a religião, já banalizaram a educação, a violência, institucionalizaram a corrupção, promoveram a transvaloração dos valores. O que falta? Querem extinguir a família, a base de toda sociedade? Para que? Para em meio a todo caos social, retomarem o discurso apologético em prol das inventadas minorias, das “vítimas”, dos direitos humanos? Atentai! E tudo com base na retórica que declara contemplar a democracia. Estúrdia democracia!

Bem - aqui me perdoem os mais otimistas - em se tratando de algo bem brasileiro, povo já tradicionalmente irresponsável, extremamente permissivo, afeito ao ócio e a lascívia, bom de ritmo, de futebol, farto em sorrisos e descaramentos, falta-me somente acrescentar um predicativo ao nosso Orco particular: Inferno Carnavalesco!    

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