Pasmai, mas tudo teve início com o incômodo causado pelo lucro da classe (burgueses, habitantes dos burgos) rechaçada por um sistema em franca degradação (o feudalismo) e obrigada a habitar cidades costeiras. Enriquecimento de antigos servos? Que absurdo! Não, isso nunca! A propriedade precisava ser extinta e todos os bens tornarem-se coletivos. O grande incomodado, então, resolveu “inventar” um novo modelo econômico; na verdade só fez resgatar (uma banal adaptação) o sistema que fora abandonado em 1789. Sim, ele criou o Feudalismo de Estado, ou se assim desejais, o Feudalismo Estatal, que a fazer uso de um recurso eufemístico, passou a atender pelo nome de Socialismo Científico. Agora sim, o Estado como único senhor; tudo o mais a seu serviço e a ele submetido. Bem, pelo menos esse foi o discurso.
E o trabalhado discurso, ao declarar
importar-se com o trabalhador, na verdade explora muito bem a imoralidade ou
amoralidade humanas. O palavreado “nada” fastidioso vitimiza todo e qualquer
trabalhador, retirando dele qualquer responsabilidade. A sociedade vê-se
polarizada; patrões e empresários transformados em algozes, déspotas, tiranos.
Já que não mais responsável por nada, o mérito deixa de ser levado em conta; os
fracassados vêm-se contemplados. Preguiçosos, oportunistas, exploradores, os
carentes de honradez e aqueles nos quais abunda a má fé aí encontram acolhida.
O Estado, com seu viés explorador, entretanto, favorece um reduzido número de militantes
(dirigentes), enquanto é aclamado pela massa que julga ter seus interesses
contemplados.
A coisa dissemina-se: educação e
cultura contaminadas. A contra cultura, na verdade é uma anti cultura. Em se
tratando de Brasil, a vitimização invade os bancos escolares. O que temos,
enfim? Uma massa de analfabetos a exibir diplomas de curso superior. Pior!
Conheci grande número de “professores” militantes, imersos em uma insuportável
vaidade, a ostentar títulos de pós graduados, inclusive PhD, Philosophy Doctor. Meu Deus, o que fizeram
com a Filosofia! Paramos aí? Lógico que não. Parece-me estar tudo contaminado.
Não só a educação, a cultura, a política... Mas as relações, as expressões
artísticas, a ciência, a informação, a mídia... Em tudo está presente o viés ideológico.
A linguagem está sendo corrompida.
Alguns termos, verbetes, a serviço do Feudalismo Estatal, estão “perdendo” significados
e incorporando outros. Os crimes, por exemplo, tem origem (assim declaram) na
sociedade; os criminosos não devem ser responsabilizados e sim a sociedade que
os abriga; criminosos são vítimas. E para citar um caso específico de corrupção
idiomática: o delinquente, mesmo que preso em flagrante e/ou réu confesso,
continua a ser tratado por suspeito. Será que faz-se necessário consultar o
conceito de suspeição? A ciência jurídica (ciência?) assimilou um cínico viés,
pois sacripantas comunistas tornaram-se ministros da Suprema Corte. O Direito,
enquanto disciplina, acabou por se transformar em compêndio. Explico-me! A
Constituição, os Códigos Civil, Penal, Trabalho, etc. estão à mercê de inúmeras
interpretações, dependendo logicamente dos valores e interesses dos “magistrados”.
Em face do exposto, pergunto-vos: o
que se pode esperar de um país como esse?