quarta-feira, 28 de novembro de 2018

A orgia no tempo



Pergunto-me por um início, uma origem, um princípio que me determine, e não só como espécie, mas também como indivíduo. Reviro a história, debruço-me sobre tratados de antropologia, de biologia, de zoologia. Permito-me um mergulhar no inconsciente, no consciente, no transcendente. Pesquiso a evolução, a involução, o pertencimento. Observo a corrupção, a degeneração, a morte. Volto-me aos paradigmas associados aos seres humanos: racionalidade, sociabilidade, egoísmo, altruísmo... Que nada! E só depois de muito penar percebo que meu manancial acaba por criar essa orgia no tempo. Há, sou, fui, simplesmente. Ontem eu ainda serei; amanhã fui o que sou: natureza!

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