Gente,
vós não podeis imaginar, mas descobri-me um fascista. Sim, é sério - não só o
fato da descoberta, como também as implicações da descoberta. Com efeito,
apresento algumas de suas características. No entanto, acredito piamente que me
tenham forjado um fascista. Seria isso possível? Vejamos! Eu valorizo muito o
meu país; posso e vós podeis também afirmar que sou um patriota. Curioso é
como outras nações, há muito tempo, vêm revelando ao mundo seus vieses patriotas e nunca tais povos foram rotulados de fascistas. Exemplo disso é
o povo norte-americano. Difícil assistir qualquer filme norte-americano e não
ter diante dos olhos o tremular da bandeira dos Estados Unidos. E o hino
nacional dos Yankees? Executado até mesmo no sepultamento de cães policiais. O
que me deixa mais abismado em tudo isso é o fato de grande parte do povo brasileiro
ser incapaz de cantar - porque desconhece a poesia - o hino da própria pátria.
Contudo,
isso não foi casual; foi algo estimulado, induzido, semeado, pois houve época
em que a bandeira brasileira era repudiada, renegada; cantar o hino nacional era
motivo de chacota e repulsa. Engano-me? Não! Tratava-se de uma forma de
retaliar o governo militar que tornou obrigatória a disciplina OSPB. Mas meu patriotismo é exacerbado no sentido de desejar ver meu país reverenciado por
outros povos; ser destaque na área tecnológica e nas demais ciências. Meu patriotismo não se satisfaz simplesmente em ver minha pátria reconhecida como
celeiro de craques de futebol ou por ser encarado como paraíso tropical de
fabricada e aviltante sensualidade, o que empresta à mulher brasileira fama de
prostituta. Meu patriotismo não quer ver o país achincalhado no panorama
mundial, e isso graças à fama de impunidade ou paraíso de corruptos, que a
escória política empenhou-se em modelar.
Outra
característica seria minha ênfase no militarismo. Por que? Afinal, o que temos
assistido e de modo passivo? Insegurança em todos os níveis com permanentes
riscos para os cidadãos e seus patrimônios, crianças e jovens indisciplinados e
desrespeitosos para com os pais e professores - graças não só ao despreparo dos
pais, mas também aos Conselhos Tutelares e aos psicologistas de plantão que os
impede de educar seus rebentos, quando assim pretendem - baixíssimo rendimento
escolar, promiscuidade, drogas, ausência de valores, desconhecimento de
limites, etc. A polícia não pode interferir, pois quando o faz é acusada de uso
excessivo da força, além dos slogans vomitados a rodos pela mídia, por
movimentos sociais e por políticos que se dizem de esquerda e preocupados com
os rumos da sociedade, direitos humanos, blá, blá, blá. Pura balela! E o povo,
a juventude mais exatamente, acabou por assumir essa face sinistra, esse viés
dissimulado, essa distorção de caráter que a coloca na condição de barbaria. De
qualquer sorte, isso não foi fruto de qualquer fatalidade ou coincidência; foi
igualmente algo estimulado, semeado; foram ações previamente engendradas e
protocolares. E pergunto-vos: como seguir o lema positivista de nossa bandeira?
Como alcançar o Progresso sem a Ordem?
Insto
do mesmo modo pela Segurança Nacional. Justificativa? Segurança nacional é
atribuição fundamental do Estado moderno. Tem por objeto assegurar a
integridade de seu território em qualquer circunstância, a qualquer momento,
bem como proteger a população e preservar seus interesses. Podeis mensurar, a
partir da extensão de nossas fronteiras, a quantidade de riquezas que nos são
furtadas diariamente? E a facilidade com que adentram e percorrem nosso
território armas e drogas provindas de países fronteiriços? Temos que nos
preservar, inclusive, de espionagem industrial e de ataques cibernéticos tão em
moda nos dias atuais. Pelo Tratado de Westfália, em 1648, ao Estado é facultado
o uso da força para estabelecimento e manutenção da paz social e da ordem.
Seria absurda minha preocupação em constatar o clima de guerra civil que se
observa em cidades como o Rio de Janeiro?
Bem,
e agora o que me faz muito mal (embora não desejasse pensar assim): Tomei
ojeriza à grande parte da classe artística, bem como aos intelectuais.
Explico-me. Infelizmente, a classe artística brasileira, formada em sua maioria
por pessoas despreparadas, infantilizadas, que cedo conheceram a fama e a
emancipação financeira, deixou-se manipular e conduzir pelo pensamento de
esquerda enraizado em nosso cultura, algo bem ao jeito de Gramsci. Os
integrantes da classe artística são incapazes de terem uma atitude e/ou
externarem um pensamento que seja original; são incapazes, inclusive, de
perceberem isso, pois que de tal modo foram doutrinados que se tornaram
antidialéticos; eles repetem os mesmos chavões, e o fato de repetirem as mesmas
baboseiras não lhes desperta a atenção; eles não conseguem perceber que esse
“consenso” é fabricado. Consenso é conceito vazio; a unanimidade é burra. É
impressionante o ponto de bloqueio cognitivo a que chegaram algumas pessoas.
Bem,
quanto aos intelectuais, em sua maioria, são os encarregados de todo este
mecanismo; são eles que disseminam, através de processo doutrinário, esta torpe
ideologia. Todavia, assim agem porque também foram vítimas de uma academia
pervertida e trajada de esquerda. Nas várias academias, invariavelmente, aprenderam
e repetiram a exaustão os mesmos slogans baratos e caquéticos que assolam as
universidades. Infelizmente, a maioria dos que se julgam intelectuais, são nada
mais do que analfabetos funcionais elitizados, pois que só conseguem palrar,
tornarem-se repetitivos e monótonos em determinados assuntos que lhes são afins.
Nossa academia só estuda e só divulga o que lhes é de interesse. Principalmente
na área de humanas, só se lê o que a academia francesa decide. Não conseguem
perceber que isso limita o conhecimento e depõe não apenas contra a própria
academia, mas contra os interesses da nação. Eis a nossa classe
intelectualizada; pobres coitados, pobres diabos! E são exatamente eles, por
saberem-me acerbo crítico, rotulam-me de fascista. Fazer o que? A ignorância é
de tal monta que, por certo, ignoram que o fascismo teve início com o
bolchevismo, que originou essa esquerda parasitária da qual fazem parte e tanto
defendem.
Bem,
já que graças aos nossos intelectuais me descobri fascista, não abrirei mão de
trazer a público as baixezas intelectualizadas.
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