quinta-feira, 15 de novembro de 2018

Fascista recém-criado



Gente, vós não podeis imaginar, mas descobri-me um fascista. Sim, é sério - não só o fato da descoberta, como também as implicações da descoberta. Com efeito, apresento algumas de suas características. No entanto, acredito piamente que me tenham forjado um fascista. Seria isso possível? Vejamos! Eu valorizo muito o meu país; posso e vós podeis também afirmar que sou um patriota. Curioso é como outras nações, há muito tempo, vêm revelando ao mundo seus vieses patriotas e nunca tais povos foram rotulados de fascistas. Exemplo disso é o povo norte-americano. Difícil assistir qualquer filme norte-americano e não ter diante dos olhos o tremular da bandeira dos Estados Unidos. E o hino nacional dos Yankees? Executado até mesmo no sepultamento de cães policiais. O que me deixa mais abismado em tudo isso é o fato de grande parte do povo brasileiro ser incapaz de cantar - porque desconhece a poesia - o hino da própria pátria.

Contudo, isso não foi casual; foi algo estimulado, induzido, semeado, pois houve época em que a bandeira brasileira era repudiada, renegada; cantar o hino nacional era motivo de chacota e repulsa. Engano-me? Não! Tratava-se de uma forma de retaliar o governo militar que tornou obrigatória a disciplina OSPB. Mas meu patriotismo é exacerbado no sentido de desejar ver meu país reverenciado por outros povos; ser destaque na área tecnológica e nas demais ciências. Meu patriotismo não se satisfaz simplesmente em ver minha pátria reconhecida como celeiro de craques de futebol ou por ser encarado como paraíso tropical de fabricada e aviltante sensualidade, o que empresta à mulher brasileira fama de prostituta. Meu patriotismo não quer ver o país achincalhado no panorama mundial, e isso graças à fama de impunidade ou paraíso de corruptos, que a escória política empenhou-se em modelar. 

Outra característica seria minha ênfase no militarismo. Por que? Afinal, o que temos assistido e de modo passivo? Insegurança em todos os níveis com permanentes riscos para os cidadãos e seus patrimônios, crianças e jovens indisciplinados e desrespeitosos para com os pais e professores - graças não só ao despreparo dos pais, mas também aos Conselhos Tutelares e aos psicologistas de plantão que os impede de educar seus rebentos, quando assim pretendem - baixíssimo rendimento escolar, promiscuidade, drogas, ausência de valores, desconhecimento de limites, etc. A polícia não pode interferir, pois quando o faz é acusada de uso excessivo da força, além dos slogans vomitados a rodos pela mídia, por movimentos sociais e por políticos que se dizem de esquerda e preocupados com os rumos da sociedade, direitos humanos, blá, blá, blá. Pura balela! E o povo, a juventude mais exatamente, acabou por assumir essa face sinistra, esse viés dissimulado, essa distorção de caráter que a coloca na condição de barbaria. De qualquer sorte, isso não foi fruto de qualquer fatalidade ou coincidência; foi igualmente algo estimulado, semeado; foram ações previamente engendradas e protocolares. E pergunto-vos: como seguir o lema positivista de nossa bandeira? Como alcançar o Progresso sem a Ordem?

Insto do mesmo modo pela Segurança Nacional. Justificativa? Segurança nacional é atribuição fundamental do Estado moderno. Tem por objeto assegurar a integridade de seu território em qualquer circunstância, a qualquer momento, bem como proteger a população e preservar seus interesses. Podeis mensurar, a partir da extensão de nossas fronteiras, a quantidade de riquezas que nos são furtadas diariamente? E a facilidade com que adentram e percorrem nosso território armas e drogas provindas de países fronteiriços? Temos que nos preservar, inclusive, de espionagem industrial e de ataques cibernéticos tão em moda nos dias atuais. Pelo Tratado de Westfália, em 1648, ao Estado é facultado o uso da força para estabelecimento e manutenção da paz social e da ordem. Seria absurda minha preocupação em constatar o clima de guerra civil que se observa em cidades como o Rio de Janeiro?

Bem, e agora o que me faz muito mal (embora não desejasse pensar assim): Tomei ojeriza à grande parte da classe artística, bem como aos intelectuais. Explico-me. Infelizmente, a classe artística brasileira, formada em sua maioria por pessoas despreparadas, infantilizadas, que cedo conheceram a fama e a emancipação financeira, deixou-se manipular e conduzir pelo pensamento de esquerda enraizado em nosso cultura, algo bem ao jeito de Gramsci. Os integrantes da classe artística são incapazes de terem uma atitude e/ou externarem um pensamento que seja original; são incapazes, inclusive, de perceberem isso, pois que de tal modo foram doutrinados que se tornaram antidialéticos; eles repetem os mesmos chavões, e o fato de repetirem as mesmas baboseiras não lhes desperta a atenção; eles não conseguem perceber que esse “consenso” é fabricado. Consenso é conceito vazio; a unanimidade é burra. É impressionante o ponto de bloqueio cognitivo a que chegaram algumas pessoas.

Bem, quanto aos intelectuais, em sua maioria, são os encarregados de todo este mecanismo; são eles que disseminam, através de processo doutrinário, esta torpe ideologia. Todavia, assim agem porque também foram vítimas de uma academia pervertida e trajada de esquerda. Nas várias academias, invariavelmente, aprenderam e repetiram a exaustão os mesmos slogans baratos e caquéticos que assolam as universidades. Infelizmente, a maioria dos que se julgam intelectuais, são nada mais do que analfabetos funcionais elitizados, pois que só conseguem palrar, tornarem-se repetitivos e monótonos em determinados assuntos que lhes são afins. Nossa academia só estuda e só divulga o que lhes é de interesse. Principalmente na área de humanas, só se lê o que a academia francesa decide. Não conseguem perceber que isso limita o conhecimento e depõe não apenas contra a própria academia, mas contra os interesses da nação. Eis a nossa classe intelectualizada; pobres coitados, pobres diabos! E são exatamente eles, por saberem-me acerbo crítico, rotulam-me de fascista. Fazer o que? A ignorância é de tal monta que, por certo, ignoram que o fascismo teve início com o bolchevismo, que originou essa esquerda parasitária da qual fazem parte e tanto defendem.

Bem, já que graças aos nossos intelectuais me descobri fascista, não abrirei mão de trazer a público as baixezas intelectualizadas.

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