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fazendo uso da educação bancária, pois os possíveis leitores, já que oprimidos,
adoradores de Paulo Freire, por certo não conhecerão o conceito de demagogia,
muito embora a demagogia faça parte do mundo e também se mostre como um
correlato da consciência. Na qualidade de opressor, portanto, reclamo vossa
atenção! Vamos ao conceito (não precisa decorar!) Demagogia: a) pode ser uma
forma de governo onde o povo prepondera, ou seja, exerce influência superior; b)
pode ser uma forma abusada de democracia (abusada = forma errada,
inconveniente; agir para que somente seus interesses sejam atendidos); c) pode tratar-se de facções populares
(integrantes de partidos; bando político que trama a ruina de seus adversários)
exercendo uma dominação tirânica, isto é, um domínio injusto, opressivo; d) pode
ser também, e o mais provável no nosso caso, discurso que tem por objeto
manipular paixões e sentimentos para conquistar mais facilmente o poder
político.
Bem,
o irreprimido é aquele que não tem inibição, não é tímido e não conhece
limites. O famoso “cara de pau”. Em termos de uso vernacular ou mesmo norma
culta, pode-se usar o termo cínico. Nesta oportunidade, não pretendo discorrer
sobre o possível plágio ao missionário Frank Charles Lauback, nem mesmo a
provável cópia ao método do Marquês de Condorcet. (vide “Cinco memórias sobre a
instrução pública”, publicado pela editora Unesp). Nada obstante, surge uma
primeira questão: como o irreprimido - o cínico - (que não conhece qualquer
tipo de repressão) pode identificar oprimidos e defender seus interesses? É
onde se justifica o termo demagogia.
Aos
que não se submetem, entretanto, aos conchavos da “intelectualidade
humanizadora”, pergunto: percebestes como as diversas maneiras de se entender a
demagogia acabam por se somar e nos fornecer uma ideia ampla do que foi tramado
para o Brasil e outros países que se permitiram encantar por Paulo Freire?
Conseguiste atentar que o discurso freireano, bem como sua pedagogia, atendem
direta e descaradamente aos propósitos comunistas? Sim, o processo é o mesmo, a
começar pela vitimização. O segundo passo é apontar o algoz, o opressor, ou
melhor, o professor. Terceiro passo é disseminar a retórica messiânica, com a
promessa de tudo resolver. “Não mais haverá oprimidos ?????; todos usufruirão
da liberdade????” Blábláblá. Depois disso, basta conduzir a manada, isto é, os
oprimidos - exatamente como o opressor, que ele tanto critica. Enfim, o novo
modelo pedagógico, doravante, também manipulará, também castrará, também dará
origem ao ser menos.
Curioso
é que mesmo citando Sartre em abundância, nosso “Patrono” não vincula liberdade
à responsabilidade (o gripo é meu).
O que um dito oprimido entenderá por liberdade, já que a liberdade deverá se
apresentar “espontaneamente” em seu convívio para ser descoberta, trabalhada e
então desfrutada? Não seria esse conceito, adquirido não através da educação
bancária, mas pela educação como “prática de liberdade”, o responsável pelo expressivo
número de analfabetos funcionais, pela banalização e descrédito do magistério e
pelo crescente número de agressões aos docentes em sala de aula?
Ao
falar de Hegel, na Fenomenologia do Espírito, capítulo IV, independência e
dependência da consciência de si - a dialética do Senhor e do Escravo -
parece-me, salvo melhor juízo, que nosso Irreprimido Confessor adaptou
(adaptação seria um eufemismo) o pensamento hegeliano a seu bel-prazer e com o
propósito de dar embasamento a sua estúrdia teoria: Oprimidos versus
Opressores. Segundo Hegel, entre senhor e escravo há uma dupla dependência e
uma dupla submissão. O senhor só é senhor porque existe escravo; ele precisa do
escravo para realizar-se como senhor e através de seu trabalho, portanto, o
senhor é dependente do escravo. O escravo, por sua vez, o que domina e
transforma a natureza, mesmo que sob as ordens de seu senhor, percebe-se como o
único capaz de fazê-lo (dominar e transformar a natureza), e isso o deixa em
vantagem em relação ao seu senhor. É onde ele conhece a liberdade. Senhor e
escravo, portanto, são correlativos necessários. A relação é indestrutível. Na
“educação como prática de liberdade”, Paulo Freire, denotando um ingênuo ou
proposital desconhecimento, fala em revolução - coisa tipicamente marxista -
para eliminar os “imaginados opressores”. Nós, os opressores, cultores da
educação bancária, tão odiados, repelidos, refutados, somos até mesmo acusados
de hipócritas quando demonstramos qualquer laivo de generosidade. Não, nem
pensais, portanto, em solidarizar-se com os que são identificados como
oprimidos, pois qualquer generosidade nossa seria um embuste para que nos
regozijássemos da situação deles.
Paulo
Freire também faz uso do método fenomenológico. Seres humanos e mundo - Das Lebenswelt,
“o mundo da vida” - postulação de Edmund Husserl - devem estar em íntima
relação para que o conhecimento se torne possível. Os objetos cognoscíveis
dão-se espontaneamente aos sujeitos cognoscentes. O importante é a intencionalidade da
consciência, ou seja, a consciência é sempre a consciência de algo que não ela
mesma. O fundamental para o conhecimento é, portanto, o ato intencional da
consciência, ou seja, a vontade de conhecer, o querer conhecer. Logo, dialogicidade
na educação é mera falácia. A dialogicidade olvida e manifesta indiferença à especificidade conceitual. O capítulo III da Pedagogia do Oprimido discorre
sobre situações limites e temas geradores, que nada mais são do que as
preocupações dos camponeses. Os “pesquisadores”, da mesma maneira que os
defensores da “educação bancária”, tornam-se os novos “hóspedes” da classe
oprimida. Na verdade, os ideólogos de esquerda, depois da codificação e
descodificação postulam uma “ação cultural libertadora” ou “ação educativa”, ou
seja, despejam a rodos toda uma ideologia caquética, visando, evidentemente, a
manipulação comportamental campesina, haja vista a atuação do MST e seus
assemelhados.
Como
o nefasto método se emprega na alfabetização de adultos, sugiro a vós outros, problematizadores,
politizadores e libertadores da educação - até para mitigar minha culpa em face
do status de opressor - não um quefazer revolucionário, mas algo que extraia os
ainda oprimidos da “imersão”. Não, não vos preocupeis em apresentá-los a
Beethoven, afinal isso é música das elites, de opressores. Apresentai-os apenas
a um humilde dicionário, pois, já que tão politizados, sejam capazes de
escrever algumas éclogas. Quem sabe, em meio às criações aberrantes que vós,
intelectuais de esquerda, rotulais de populares, não venha surgir uma
referência artístico-cultural inovadora?
A Pedagogia Freiriana ao invés de dar voz e oportunidades aos imbecis, através da sua liberdade sem responsabilidade os empoderou e os preparou para a tomada do poder. Extinguindo o mérito e qualquer resquício de educação. A opressão apenas mudou de mãos.
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