Ainda sinto-me gado,
Neste imenso urdido pasto,
Neste sofrido solo gasto,
De tantas comédias vividas,
Pelo mesmo enredo nefasto,
A ampliar dores sofridas.
E se achega o que preside,
Com sua empolada retórica,
(E em poucos explica a cólica)
Pois de chofre escandaloso,
Em face de carência da lógica,
Revela só mais um criminoso.
E tem início o governo,
Distribui-se então as pastas,
Com perfil de encomiastas,
A dilapidar o parco erário,
Numa economia madrasta,
A notabilizar o salafrário.
Mas descobre-se falcatrua;
Faz-se denúncia, mostra-se evasão,
E logo vem a burla pela dissuasão.
Apela-se ao singular legislativo,
Que na tônica do mesmo diapasão,
Mostra-se canalha e amiúde agressivo.
Voltamo-nos ao supremo recurso,
Instamos apoio da Constituição,
Respeito, apreço à instituição.
Mas nada nos pode acalentar;
Experimentamos apenas aflição.
Em uníssono gritamos: O que é isso Gilmar?
Como disse eu algures,
Sinto-me ainda gado,
Perdido, faminto, capado,
Neste imenso prado: Brasil,
A compor éclogas revoltado,
Sabendo-o não pátria, mas ardil.
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